O relacionamento abusivo caracteriza-se como uma forma de violência psicológica no qual, em sua grande maioria, há uma dificuldade da pessoa agredida reconhecer tal tipo de violência, em especial quando existe a “naturalização” da agressão. Para muitas pessoas, violência só é caracterizada quando há agressões físicas, desconsiderando outras formas de violência como a verbal e psicológica. Para além disso, é importante apontar que os relacionamentos abusivos não só podem ocorrer em âmbito conjugal, mas em todos os contextos como na escola (professor X aluno), nas organizações (empregador X empregado), na família( pais X filhos), ou (filhos X pais) e também com amizades.
Na maioria das vezes é difícil identificar uma situação
abusiva, pelos simples fato da mesma ocorrer de forma velada e sútil, sendo um
dos indicativos, por exemplo, a forma desconfortável como você se sente em
relação a tal pessoa ou a tal situação. A relação de poder e submissão são
caracterizadas quando há entre a vítima e o agressor grau de dependência
emocional, financeira ou social. A culpa é um dos sentimentos mais recorrentes
que podem ocorrer pelas vítimas de relacionamentos abusivos, pois quase sempre
o agressor costuma internalizar a culpa na vítima, desqualificando-a,
destruindo sua autoestima e aos poucos aniquilando o lado saudável da vida
psíquica da pessoa agredida. Este ciclo de violência pode amplificar crenças
sabotadoras na vítima, as quais podem dificultar ainda mais sua saída desta
relação. Para as vítimas de relacionamentos abusivos o mais importante é
identificar o abuso em si como violência. Reconhecer que a culpa não é da
vítima e que não há futuro naquela relação desta forma. Agressores têm
necessidades de poder e controle e podem em alguns momentos demonstrar pequenas
mudanças para que obtenham algum ganho futuro.
Busque uma rede de apoio: familiares e amigos são sempre
importantes neste momento, onde você precisará de amparo emocional. Procure uma
ajuda profissional: Acompanhamento psicológico pode ser de grande ajuda, visto
que pode auxiliar na identificação do problema, no restabelecimento da
autoestima e autonomia do indivíduo. E SEMPRE denuncie aos órgãos competentes
que orientarão quais medidas serão necessárias, com o fim de preservar sua
integridade.
Autor – Luciano Mesquita de Sousa – Psicólogo
Especialista em Psicologia Sistêmica e Clínica
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