O
Projeto Força Feminina – #Rede Oblata realizou o Seminário
Cirandas Parceiras no dia 27 de setembro de 2018, Museu de Arte da Bahia com o
tema: “Mulheres em Movimento: gênero,
etnia e violação de direitos”.
A
ação faz parte do Projeto de
Sensibilização Social que tem como objetivo “dar visibilidade, ampliar o
conhecimento público sobre a realidade das mulheres em situação de prostituição
e incorporar o conhecimento produzido pela sociedade sobre a defesa dos
direitos da cidadania, na perspectiva da mulher em situação de prostituição”.
Com
a participação de parceiros, universitários da rede pública e privada, colaboradores
e mulheres atendidas desenvolvemos um dia de reflexão acerca do universo da
mulher negra que vem desconstruindo os “muros da invisibilidade” e “rompendo o
silêncio”. Pessoas de referência em estudo de gênero, etnia e direitos ajudou
na construção de conhecimento brindando nosso dia com temas, como:
“Sexo,
Trabalho, Direito e Reconhecimento”, com a jurista Bárbara Lobo;
“Racismo,
aborto e atenção à saúde: uma perspectiva interseccional”, com a Dr. Emanuelle
Góes;
“Saúde
mental da Mulher negra”, com a Dr. Jeane Tavares e
“Gênero
– Racismo – Classe: Mulheres em Movimento Rompendo Subordinações”, com a Dr.
Maria Inês.
O
evento debateu amplamente o enfrentamento ao racismo contra a mulher negra, o fim
da violência e a construção do bem viver dentro de uma sociedade machista,
sexista e fascista. Em oportunidade, várias falas trouxe a conjuntura atual que
vivenciamos no país.
Dra
Jeane Tavares, abordou sobre a repercussão que o racismo tem na saúde mental da
população negra, tema de fundamental importância para o contexto de atuação da
Rede de Atenção Psicossocial uma vez que a população atendida é
majoritariamente negra.
Dr.
Maria Inês relata a importância de discutir sobre esses temas e reforça: “A articulação raça, gênero e classe determina
as relações sociais e gesta as condições de vida e saúde; em se tratando da
população feminina negra, gesta-as de forma a resultar num perfil mais crítico
de saúde, posto que, além da subordinação de classe, tem por sobre si a
subordinação de gênero e raça. É mulher e negra. As mulheres negras
perdem mais anos de vida”.
Dr.
Bárbara Lobo relatou a importância das instituições estarem mais próximas a
realidade das mulheres que exercem prostituição, assim poderá desconstruir os
estigmas que ronda esse universo. Em oportunidade trouxe o cenário político
atual e a importância das mulheres se posicionarem através de movimento de luta
– #elenão.
Dr.
Emanuelle Goes trouxe sua pesquisa sobre a mulher negra e o aborto:
“Na atualidade as mulheres negras
estão mais expostas a sofrer violências institucionais nos serviços de saúde. São
as mulheres negras também que levam mais tempo esperando para serem atendidas e
ficam menos tempo em atendimento com o profissional. As práticas racistas
realizadas no passado ainda se refletem na atualidade, pois o racismo
institucional e a discriminação racial são determinantes no cuidado, no
atendimento nos serviços de saúde”.
Por
fim, o evento foi brindado pela música de Cline Tinaut e Felipe Mota.
O
Projeto Força Feminina agradece todxs que colaboraram para o sucesso deste
evento.