sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Daniele Toledo: A mulher que se tornou infanticida pela opinião pública

A história é de horror e o absurdo da tragédia poderia ser de ficção, mas infelizmente foi acontecimento vivido por uma mulher tornada infanticida pela opinião pública. Daniele Toledo era jovem mãe de 21 anos quando foi acusada por uma médica plantonista de colocar cocaína na mamadeira da filha caçula, de 1 ano e 3 meses. A bebê Victoria faleceu em um hospital infantil no interior de São Paulo após três paradas cardíacas. Daniele foi presa e permaneceu por 37 dias na cadeia. Se quatro semanas parece pouco tempo para aqueles que acreditam que prisão é resposta justa para mulheres bandidas e más, a história de Daniele nos obriga refletir sobre a ineficiência do Estado diante do autoritarismo médico e policial para punição de mulheres acusadas de crimes moralmente terríveis.
A filha de Daniele tinha uma doença desconhecida - entre febres, coma e convulsões a bebê era paciente frequente na internação do hospital universitário da cidade. Numa madrugada Daniele foi estuprada por um jovem branco nos corredores escuros do mesmo hospital. Ela denunciou a violência sofrida e contou que o violentador teria sido um jovem estudante de medicina. A materialidade do estupro foi comprovada, mas o material coletado desapareceu e por isso a autoria nunca foi confirmada.
Meses após o episódio violento Daniele retorna ao pronto-socorro com a filha em coma. Se o falecimento de uma filha é evento trágico, na história de Daniele a morte da bebê naquele hospital foi o acontecimento que justificou a vida sequestrada. A notícia do falecimento foi dada pela médica pediatra: "Olha o que você fez! Tá feliz? Era isso que você queria? Você matou a sua filha com overdose do cocaína!" (Toledo, 2016, p.49). Daniele foi presa em flagrante no hospital e virou notícia em veículos nacionais e internacionais.
Uma mãe acusada de matar a filha não poderia ser reconhecida pela própria humanidade e por isso foi tornada monstro. Daniele Toledo se transformou no "Monstro da Mamadeira" - alcunha utilizada por noticiários e autoridades da segurança pública. Durante os dias em que esteve presa foi torturadaespancada,perdeu parcialmente a audiçãoficou cega do olho esquerdo e até hoje sofre convulsões devido o coágulo no cérebro resultado dos chutes que levou na cabeça.

Os exames laboratoriais não encontraram nenhuma cocaína na mamadeira da bebê, apenas medicamentos receitados pelo médico. Nunca nenhum médico, autoridade policial ou o hospital foram responsabilizados. Daniele foi inocentada apenas em 2008 e recebeu 15 mil reais de indenização do Estado brasileiro. Não custa lembrar que o montante - que não representa nem um mês de trabalho de um juiz ou delegado - não lhe devolverá a vida que foi interrompida no dia da morte de sua filha. No entanto, Daniele resiste e 10 anos depois publica o livro Tristeza em pó. Daniele testemunha sobre sua própria história. Seu testemunho nos alerta sobre como uma fantasia da personagem infanticida tem a potência de transformar em tristeza uma vida já precarizada pela pobreza e violência.



“Este sistema é insuportável: excluí, degrada e mata”.

No último dia 28 de outubro de 2016 o Projeto Força Feminina realizou o encontro Cirandas Parceiras com o lema do Grito dos Excluídos 2016. O Pe. José Carlos, coordenador das Pastorais Sociais em Salvador, refletiu junto com as mulheres, estudantes e equipe, o sistema que estamos inseridos hoje, este, de repressão, exclusão e uma política sem credibilidade diante da sociedade. Um sistema que está em crise e a maior delas: a humanitária, ressalta Pe. José Carlos:

- “É notório que nos momentos de crise, seja política, econômico-social, que estes sistemas não suportam as mulheres, os pobres, os negros, os excluídos da sociedade. Dessa forma, sempre alguém será violado de diferentes formas, seja excluído, exterminado, ausente dos direitos básicos.”


Não se pode negar que a tarde foi de reflexão intensa sobre esse governo que está no poder e da importância do voto consciente no dia 02 de outubro. É necessário pesquisar a vida política dos candidatos que irão concorrer à Prefeito e vereadores da cidade. 



quinta-feira, 29 de setembro de 2016

terça-feira, 27 de setembro de 2016

A cineasta Dea Ferraz foi investigar como os homens enxergam as mulheres e o resultado está em 'Câmara de Espelhos'


Uma inquietação pessoal resultou em Câmara de Espelhos, um filme de uma hora e 16 minutos que mostra como os homens enxergam as mulheres. Em 2012, a cineasta pernambucana Dea Ferraz, incentivada pela tese defendida por alguns sociólogos de que a identidade da gente se constrói a partir do olhar do outro, começou se perguntar qual a imagem que era feita dela enquanto mulher
“Não era engajada em nenhum movimento feminista, nem nessas questões de gênero, mas fiquei pensando a partir da tese, se esse outro é o homem, como ele me vê, como me olha, como olha para as mulheres. O filme nasce a partir dessa vontade.”
A cineasta, então, começou um trabalho de pesquisa e produção que, com ajuda da professora de Direito Tatiana Oliveira, da Universidade Federal da Paraíba, reuniu imagens que retratam as mulheres em diversas situações. "Só essas imagens parecem que já dão um filme, sobre como a mídia mostra a mulher. Isso já diz muito sobre a sociedade em que a gente vive.” Com o roteiro em mão, Dea publicou um anúncio para atrair homens dos mais diversos meios sociais e idade.
O anúncio dizia:
Já imaginou suas opiniões e reflexões na tela do cinema?
Se você é homem, ator ou não, tem entre 18 e 80 anos, mora na Região Metropolitana do Recife e quer participar de um filme documentário, procure-nos e agende seu teste.
O resultado foi surpreendente.
São 76 minutos de reflexões masculinas sobre a mulher. São 76 minutos que deixam claro o tanto que o machismo, por meio da cultura do estupro e culpabilização da vítima, está naturalizado. Algumas declarações são chocantes e colocam a mulher como cidadãs de segunda categoria:
A mulher vem depois do homem. Primeiro Deus, depois o homem aí a mulher, em seguida, e depois os filhos.
Meu sonho é casar com uma mulher muda, surda e boa doméstica. Com essa nova lei está caro contratar uma doméstica."
"Se ela sai com uma roupa dessas, ela quer o quê?
Como condenar um homem que está em uma vulnerabilidade emocional como essa [após identificar uma traição]?
No filme, os homens são colocados em uma sala, na qual há um infiltrado que, em determinados momentos, guia o debate sem interferir. Para tirar a ideia do papel, Dea se inspirou na ideia de filme dispositivo. “É um modelo que só existe a partir do acionamento de um dispositivo específico; ele pressupõe algumas regras de funcionamento ao mesmo tempo em que ele se abre para o acaso porque a gente nunca sabe como o personagem vai reagir. Nesse caso, são homens normais. Pensando nisso, ao mesmo tempo, também estava estudando sobre documentários na diversidade, uma coisa de como filmar o inimigo, como filmar alguém que eu não necessariamente admiro.”
A proposta era fazer uma denúncia, "jogar luz nesse universo masculino, nesse universo fechado”.
“Para você ter ideia, quando acabaram as filmagens, eu fiquei com medo de andar na rua. Era como se eu tivesse acessado uma lógica do pensamento masculino que eu não conhecia, podia até imaginar, mas naquele espaço da caixa estando por trás sem poder mexer, sem poder falar, foi tão fisicamente intensa a experiência que eu comecei a ter medo de andar na rua. Foi como se eu tivesse entendido como os homens me olham, eles me olham como um objeto. Acham que eu estou aqui à disposição deles.”
O que mais chocou a cineasta foi a naturalização das falas.
“O filme mostra o quanto o machismo está na constituição da gente enquanto gente. Isso para mim, é muito forte. E a incapacidade deles de se colocarem no lugar da mulher. Fico pensando se eu teria a capacidade de me colocar no lugar do homem. Eu acho que sim porque acho que a mulher naturalmente se coloca no lugar do outro. Não sei se é porque nos fomos mais oprimidas, acho que quando você sofre a opressão, você tem mais capacidade para se abrir, para entender o outro como igual, e os caras não. Isso me impressionou muito.”
Câmara de Espelhos
“Comecei o filme há quatro anos, não imaginava que seria lançado em um momento como este, de um golpe, machistafascista,elitista. Nesse contexto, a gente tem que se posicionar, mostrar de que lado estamos nessa história. E o filme mostra o nosso lado. Desejei que o filme pudesse ser um instrumento de reflexão, usado por todos os movimentos, usado pelos coletivos, pelas universidades, independente do circuito de festivais.”
O documentário tem produção-executiva de Carol Vergolino, roteiro de Dea Feraz e Joana Collier. Duração 76 minutos. Classificação indicativa: Livre. Ainda sem data para estreia no circuito nacional.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Brasil debate sexismo na política



BRASÍLIA — Em um momento aquecido no julgamento de impeachment de Dilma Rousseff, um senador que pedia seu afastamento censurou algumas de suas colegas mulheres no plenário.
“Calma, meninas”, disse o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) às senadoras Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) e Gleisi Hoffmann (PT-PR), ambas defensoras de Rousseff, a primeira presidente mulher do Brasil.
Seu comentário provocou fortes reações das mulheres.
“Os homens acreditam que são os donos deste espaço, como se estivéssemos aqui por acaso”, disse Grazziotin, 55.
Para ela, assim como para outros senadores, o episódio refletiu a potencialização das vozes masculinas depois do impeachment de Dilma, que afirmou ter sido alvo de ataques misóginos de seus adversários.
O Brasil se classifica em posição muito baixa na representação de mulheres na política. Dos 513 membros da Câmara dos Deputados, apenas 51 são mulheres, situando o país em 155º lugar no mundo em porcentagem de mulheres eleitas para a câmara baixa do Legislativo nacional. Fica atrás de países como a Arábia Saudita e o Turcomenistão.
A administração de Michel Temer (PMDB), sucessor de Dilma — um ex-aliado que saiu vitorioso na luta de poder para depô-la —, está fazendo pouco para aliviar os temores de que as mulheres serão postas de lado. Ao assumir o cargo, há mais de três meses, Temer nomeou um gabinete totalmente masculino, em um país onde homens são 48% da população de 206 milhões.
Aliadas de Dilma no Congresso afirmam que o modo como se realizou seu impeachment reflete um establishment político em que as mulheres ainda devem servir de acessórios aos homens poderosos.
Além disso, milhares de mulheres manifestaram nas ruas seu descontentamento em relação ao novo governo.
“Temer tirou Dilma porque um homem não gosta de responder a uma mulher, e como presidente era ela quem lhe dizia o que fazer”, disse a estudante secundarista Rayra Lima de Araújo, 14, em um protesto.
Mas outras líderes políticas no Brasil disconcordam que Dilma foi deposta por ser mulher.
Marina Silva, a ex-empregada e uma das principais candidatas à eleição presidencial de 2018, disse que o afastamento de Dilma teve origem em sua incompetência e em suas políticas falhas.
A ambientalista de 58 anos se opôs diversas vezes a Dilma quando ambas eram ministras no gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ela previu que as mulheres teriam um papel crucial na política brasileira. “Temos ímpeto demais agora para que nos detenham”, disse ela.
Enquanto as mulheres ocupam apenas um décimo dos assentos na Câmara, uma imagem mais complexa pode estar surgindo em nível local. Por exemplo, 51 cidades têm apenas mulheres concorrendo à Prefeitura este ano, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, e as mulheres representam quase 33% dos candidatos a vereador este ano.
“Não vejo este momento como algo que frustre as aspirações das mulheres brasileiras”, disse Teresa Surita, correligionária de Michel Temer e apoiadora do impeachment de Dilma que disputa a reeleição à Prefeitura de Boa Vista (RR).
As mulheres também estão ganhando cargos proeminentes no Judiciário. Cármen Lúcia Antunes Rocha, 62, uma defensora das ações afirmativas, dos direitos LGBT e de menos restrições ao aborto, assumiu nesta semana a presidência do Supremo Tribunal Federal.
A historiadora econômica Míriam Leitão disse que o PT usou o debate sobre mulheres na política para tentar desacreditar o processo de impeachment.
“Dilma não caiu por ser mulher”, escreveu Leitão em sua coluna no jornal “O Globo”. “Ela produziu um aumento na inflação, uma recessão de importância histórica e perdeu o cargo.”
Paula Moura colaborou na reportagem

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Major é a primeira mulher a comandar grupamento dos bombeiros


Em uma solenidade cercada por honras e disciplina militares, a major Ana Fausta de Assis assumiu o 13º Grupamento de Bombeiros Militares (GBM), tornando-se, nesta quinta-feira (15), a primeira mulher a chefiar o cargo na Bahia. Também foram intitulados o novo assistente militar do Comando Geral, coronel José Ribeiro Braga, o diretor do Departamento de Auditoria e Finanças, tenente-coronel Domingos Sávio de Souza, o coordenador de Saúde, tenente-coronel José Jorge da Silva, e os comandantes do 1º GBM, major Augusto César Nobre, e do 12º GBM, tenente-coronel Sanderson de Castro.

Ana Fausta entrou para a Polícia Militar em 1990 e ingressou no Corpo de Bombeiros sete anos depois. “Fui a primeira oficiala a ir para o Corpo de Bombeiros. Ser bombeiro é tudo. A atividade de salvar vidas engrandece qualquer ser humano. Eu acho que é o segundo maior desafio que assumo na minha vida, o primeiro foi criar filhos. Vou abraçar a nova tarefa com todo o carinho e toda a feminilidade, porque o toque feminino é necessário em tudo nessa vida”, afirmou. 

O 13º GBM, ou Grupamento Marítimo (Gmar), é responsável pelo salvamento aquático e também pela parte de mergulho e resgate em Salvador. Os membros do grupamento aprovam a nova comandante. Segundo o tenente Joel Adriano, a expectativa é a melhor possível. “Nós já trabalhamos com a major Ana Fausta entre 2012 e 2014. Eu tenho certeza de que ela vai dar conta do recado. O Gmar está recebendo a nova comandante de braços abertos”. 
Já o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Francisco Telles, ressalta que a major Ana Fausta é da primeira turma de mulheres que ingressaram no Estado como militares. “É a primeira oficiala superior militar estadual. Ela vem se conduzindo de forma muito proativa e se habilitou a ser a primeira comandante mulher de um grupamento do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia. E nada melhor que um grupamento especializado, que precisa desenvolver seus serviços e hoje está se tornando referência em mergulho de segurança pública no Brasil”.

O comandante-geral ainda destaca a importância da troca de comando na corporação. “Nós militares, periodicamente, fazemos essa troca. E isso se baseia em que, quando assumimos, temos o dever e a salutar necessidade de fazer algo mais, de renovar as esperanças e as energias. Isso naturalmente favorece os serviços prestados”. 

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Um terço dos brasileiros culpa mulheres por estupros sofridos

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Mulher é morta a facadas na frente dos próprios filhos em Itabela; ex-companheiro é o suspeito

Crime aconteceu na noite da segunda-feira (19). A vítima foi à delegacia prestar queixa, mas ao retornar foi morta


Juliana Menezes Costa, 25 anos, foi morta com golpes de facão e facadas na noite da segunda-feira (19) na frente dos próprios filhos, uma criança de cinco e outra de três anos. O crime aconteceu em Itabela, que fica no Extremo Sul da Bahia. O ex-companheiro dela, Tancredo da Gama, 47 anos, é o suspeito do assassinato.
Segundo a polícia, a vítima tinha ido à delegacia prestar uma queixa contra o Tancredo, devido às agressões que sofria do companheiro. Ao chegar em casa, ela foi surpreendida com os golpes e foi morta. Ainda de acordo com a polícia, Tancredo teria assassinado a ex-mulher, porque não aceitava o término do relacionamento. 
O casal não morava na mesma casa há quase um ano e tiveram uma filha de três anos, durante o relacionamento. A outra criança, de cinco anos, que morava com Juliana, era de outro relacionamento. As crianças estão com a família. 
Tancredo da Gama é cigano e morava em Guaratinga, cidade próxima de Itabela, no Extremo Sul, e fugiu após o crime. Ele é conhecido também como “Boca”. A polícia está à procura do suspeito, mas ninguém foi preso. 
O corpo da vítima foi liberado e o enterro, estava marcado para acontecer na tarde da terça-feira (20) em Itabela. 


quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Pedófilo do YouTube: internauta defende  
“direito” de homens estuprarem filhas
Mallone Morais tem um canal dedicado a temas “polêmicos”, 
como costuma chamá-los, e conta com mais de 2.300 seguidores.
 Nos monólogos que faz em vídeo, defende que homens 
possam estuprar suas filhas como forma de iniciação sexual e 
pede que a pornografia infantil seja liberada

Por Matheus Moreira

O texto, assim como os vídeos, é difícil. Para essa matéria, as palavras não saem, da boca e nem do teclado, mas têm que sair. Mallone Morais publica vídeos no YouTube com debates (nos quais ele é o único a opinar) sobre temas “polêmicos”, como gosta de chamá-los.
Consegui assistir a dois vídeos, não foi possível ir além. Um deles, que viralizou na internet, defende que um pai que tenha “vergonha na cara” estupre sua filha quando voltar da escola, porque caberia a ele o direito de iniciar a garota sexualmente. O outro vídeo pede que as autoridades compreendam que quem consome pornografia infantil não está praticando mal contra ninguém.
A primeira gravação é uma homenagem declarada a James Bartholomew Huskey, um professor de tênis que abusou de diversas alunas e reuniu centenas de vídeos das violências cometidas contra elas. Ele foi preso pelo FBI e condenado a 70 anos de prisão.
A argumentação feita por Mallone aponta o agressor como injustiçado e reforça, veementemente, que pais iniciem suas filhas na vida sexual, como Huskey, que estuprou a filha, de 5 anos. Mallone afirma que, dessa forma, o homem evitará o desgosto de ver a menina crescer e se tornar uma feminista “peluda” e que “dá para qualquer maconheiro”.
MC Melody
No segundo vídeo, Mallone diz que pornografia infantil é “infelizmente” ilegal e que isso também é uma injustiça. Para ele, há muito preconceito contra homens que se sentem seduzidos por crianças. Ele diz que gosta dos corpos das meninas sem roupa e que notou a atração ao acompanhar a carreira da cantora MC Melody.
Melody é uma menina que fez sucesso na internet com a música “Falem de mim”, composta pelo pai, MC Belinho. Logo críticas à grande exposição que o funkeiro fazia da filha tomaram as redes e culminaram na remoção de vídeos da página oficial da artista.
Prisão
No ínicio do ano, Mallone de Morais foi preso por porte e compartilhamento de pornografia infantil. Em 3 de julho, ele concederia entrevista para a RedeTV, mas cancelou em cima da hora. Como justificativa, afirmou que é autista e que está se tratando, tomando remédios controlados. Ele foi preso e liberado sob pagamento de fiança.
“Cara, não vai dar para mim. Recebi conselho de alguns amigos e é melhor deixar quieto, já estou encrencado na polícia, fui pego com pornografia infantil no PC e fui processado. Um crime sem vítima. Eu tenho laudo do psiquiatra, eu sou autista, meus pais jamais deixariam eu ir dar essa entrevista. Nenhum cara que curte ver pornografia infantil e gosta de meninas ia se expor desse jeito”, teria dito para a RedeTV.
FONTE:  http://www.revistaforum.com.br/2016/09/12/pedofilo-do-youtube-internauta-defende-direito-de-homens-estuprarem-filhas/

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

          “Este sistema é insuportável: exclui, degrada e mata”
GRITO DOS EXCLUÍDOS 2016



      O Grito dos Excluídos chegou à sua 22ª edição, com um caminhada, realizada no último dia 07 de setembro. Sabe-se que, este movimento social tradicionalmente realizado após o desfile oficial é de suma importância para elencar às necessidades do público em situações vulneráveis e excluídos da sociedade  e explicitar  os diversos conflitos sociais neste espaço, em prol da dignidade humana e do respeito às diferenças. Com o “grito”, “Este sistema é insuportável: exclui, degrada e mata”, pastorais sociais, movimentos sociais e grupos fechados como: grupo de universitários, sindicatos e simpatizantes ao movimento, foram as ruas de Salvador com o seu ‘grito” fazer com que eles fossem ecoados até as autoridades responsáveis por desenvolver e/ou efetivar políticas públicas de qualidade. 

Assim, o Projeto Força Feminina, integrante desse coletivo de instituições que atuam com afinco em detrimento deste público, aliado ao espírito profético dos cristãos, vem participando ao longo dos seus 16 anos , deixando claro que, essa manifestação popular, é um espaço de lutas e de reivindicações. Nesse contexto, ao compreender a amplitude desta oportunidade, às mulheres assistidas pelo projeto, levaram a sua bandeira e seu grito: “ A violência contra a mulher, assusta, traumatiza e mata!

Ademais, utilizando os elementos construídos pelas próprias mulheres: pirulitos, faixas e cartazes, ao som de músicas de militâncias e encorajamento, pode-se observar um coletivo de mais 15 mil pessoas, construindo laços de fortalecimento e sobretudo erguendo bandeiras de acessibilidade aos serviços públicos de qualidade e denunciado às atrocidades que às pessoas em situações vulneráveis sofrem. Certamente, esta data trás diversas reflexões e complementa essa constante luta pelos direitos das mulheres em situação de prostituição.















quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Motorista é preso por estuprar e estrangular vizinha de 7 anos em Simões Filho - BA

Alexandre Bacelar foi espancado por populares depois de violentar uma vizinha de sete anos de idade
A polícia prendeu nesta quarta-feira (7) o motorista desempregado Alexandre Márcio Ribeiro Bacelar, de 43 anos, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. Segundo a polícia, ele é acusado de estuprar e estrangular a vizinha de apenas sete anos, no bairro Cia I. Alexandre Márcio foi detido pela Polícia Militar enquanto era espancado por pessoas do bairro.
O criminoso foi conduzido para a 22ª Delegacia Territorial (DT), onde o delegado titular Ciro Carvalho Palmeira, já solicitou à Justiça a conversão da prisão em flagrante do motorista para preventiva. Ele será encaminhado ao sistema prisional. A menina permanece internada no Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador.
Na delegacia, Alexandre confessou o crime e disse ter atraído a criança para um terreno, próximo às residências de ambos, na Rua D, oferecendo-lhe algumas moedas. Depois de consumar o estupro, Alexandre, que é usuário de crack, tentou estrangular a criança, mas foi flagrado por outra vizinha que ouviu os gemidos da menina e chamou a atenção dos outros moradores.
Para combater o machismo, educação em casa é essencial
Tarefa de conter essa mancha é enorme. Precisa começar na família, já que as crianças aprendem por imitação.

Temos cifras escandalizantes de maus tratos e assassinatos contra mulheres. Damos muita ênfase às leis e, tenho a sensação, ignoramos a questão educativa na infância, a origem de todas as personalidades adultas. De que servem leis exemplares quando a mulher já está morta? De que servem condenações exemplares se o machismo continua correndo solto?
educação falha porque há muitíssimas coisas que deixamos de lado e não levamos suficientemente a sério. E aí os pais, quando precisamos educar, temos muito a fazer, porque a responsabilidade é enorme. Um homem não nasce estuprador e nem machista. Ele aprende por imitação, principalmente em casa. E tanto da mãe como do pai.
Sou mãe de duas meninas pequenas. Minha tarefa com relação a elas consiste basicamente em que cresçam felizes, sadias mental e fisicamente e com critério, com capacidade para tomar suas próprias decisões quando forem adultas. É uma das bases da liberdade: saber escolher e assumir os erros caso existam. O problema é que aprender a tomar decisões não se improvisa, aprende-se praticando. Para trabalhar esse critério, preciso deixá-las escolher, mesmo quando é imensamente mais cômodo escolher por elas. Deixar que as crianças comecem a tomar decisões é importante para formá-las com critério. E eu gostaria de deixar claro (hoje em dia é preciso sempre explicar tudo) que não deixo que subam na janela para que saibam o que se sente se caírem no vazio, mas permito, isso sim, que tomem outras pequenas decisões no dia a dia. Como escolher sua roupa, escolher entre descer para brincar no jardim ou ficar em casa brincando e desenhando, deixando que escolham quais atividades extraescolares querem fazer e, inclusive, dentro de um menu equilibrado, em muitos dias lhes dou a oportunidade de decidir entre dois pratos para o jantar. Acredito que fomentar a capacidade de escolha nas crianças fará delas adolescentes e adultos muito mais assertivos quando alguém os agredir ou interferir em seus sentimentos. Aprender a decidir também significa aprender a dizer não.
Claro que não basta que alguns pais façamos isso. Os outros também precisam fazê-lo. Recordo um dia em que a mais velha estava num aniversário. Um menino da classe dela (convencido de que ela tem que ser sua namorada, sendo que ela não tem o mínimo interesse por ele) a estava importunando para que o beijasse. Ela se negava. O menino, persistente, quando viu que não conseguiria por bem, decidiu ir para o tudo ou nada e a agarrou para lhe plantar um sonoro beijo na bochecha. Eu observava de longe, sem querer intervir, queria saber que recursos ela teria. Finalmente, minha filha veio para mim chorando e dizendo que esse menino tinha lhe “quebrado o pescoço” (essa era a maneira de expressar o machucado que sofrera). Em seguida intervimos as duas mães e, para minha surpresa, a mãe do menino explicou à minha filha que o filho dela havia feito isso por “gostar muito de você”. Fui covarde e não chamei a mãe a sós depois do incidente para lhe explicar que quando uma pessoa diz não é não. Tanto faz para mim que seja uma mulher ou um homem. E que gostar muito não dá à pessoa o direito de beijar a outra. Na verdade, não dá direito a nada.
Fui embora do aniversário muito inquieta. Por um lado, estava horrorizada, e por outro sentia uma espécie de medo de ser uma exagerada. E isto me acontece porque ainda persiste na sociedade a ideia de que muitas de nós dramatizamos atitudes que são, aparentemente, “normais”.
É claro que as leis têm de ser as que sempre garantem os interesses dos cidadãos, mas, por que não focamos de verdade na origem? Todos somos o resultado de nossa educação. E, quando falo de educação, me refiro à família, não à escola (que é educação e também importa). Se não banimos frases e crenças pela raiz, nunca vamos acabar com o machismo. Pais e mães devem trabalhar tanto com os meninos quanto com as meninas. O machismo também ocorre entre as mulheres, e de uma maneira ainda mais ofensiva, se possível.
Chegaram a ler os comentários nas redes sociais sobre o desaparecimento de Diana Quer? Ou os comentários feitos após o estupro de Pamplona? Muitos focam em culpar a vítima, em vez do agressor. Em torná-la responsável pelo ocorrido: quem é que se envolve estranhos; que é preciso ver se havia bebido ou não; que sabe lá Deus se é verdade, porque (este é o pior e há um artigo circulando por aí) “quando as garotas de Navarra ou bascas te dizem sim, tenha cuidado porque, quando voltam a ficar sóbrias, então percebem o que fizeram e denunciam você por estupro”; veja como estava vestida, por isso não me admiro que a estuprem; se na verdade estava buscando confusão... Que educação receberam os que pensam assim?
A educação é um caminho longo, às vezes difícil, mas sempre tem que estar na mesma linha. Se estamos horrorizados com o machismo, não podemos continuar educando as crianças com estereótipos como os “meninos não choram; isso é para maricas; para ser bonita tem que sofrer; que esse esporte é de meninos; bonecas são para meninas”... A lista é interminável. Isso na infância, mas na adolescência o discurso tampouco muda. Por acaso não é uma frase das mães a de que você precisa se dar ao respeito, e por isso não pode ir para a cama com um garoto no primeiro encontro? Sempre vi algo de perverso nesse discurso. Porque, o que se busca com esse conselho não é um respeito emocional, e sim de pureza, de virgindade, como se uma mulher que já não seja virgem não possa ser levada a sério. Busca-se uma ilusão: até que não me ponha o anel ou não me ofereça garantias, não te dou meu corpo. Parece uma manipulação da sexualidade. Só ofereço meu corpo em troca de algo. Gostaria que as jovens percebessem outras coisas mais importantes, como exigir o respeito de suas emoções e corpos, mas por outras razões que não têm nada a ver com essa ideia de “mulher que já está usada”.
A tarefa educativa para frear este flagelo do machismo é enorme. E, ou começamos a trabalhar sério, ou continuaremos lamentando muitas mortes a cada ano.


segunda-feira, 5 de setembro de 2016


Juntas – O aplicativo do PLP 2.0 no

 enfrentamento à violência contra as 

mulheres


MULHERES CONECTADAS CONTRA A VIOLÊNCIA!


Fique em Rede com o Aplicativo JUNTAS do PLP 2.0
Entre no site www.plp20.org.br e baixe o aplicativo JUNTAS. Ele possibilita que mulheres em situação de risco estejam conectadas às redes de pessoas e entidades que atuam no enfrentamento à violência contra as mulheres.
Não fique sozinha!
Busque auxílio e proteção!
Você tem direito a uma vida sem violências!

#EuFaloSemMedo
#10AnosLeiMariadaPenha


FONTE: 
http://www.geledes.org.br/juntas-o-aplicativo-do-plp-2-0-no-enfrentamento-violencia-contra-as-mulheres/