sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Tais Araujo sobre ataques à Miss Brasil: ‘É resultado de desigualdade social e racial’


A atriz Tais Araujo defendeu a Miss Brasil Monalysa Alcântara, vítima de ataques racistas nas redes sociais. “Foram 30 anos de mulheres brancas ganhando o concurso. Se nos próximos 30 forem negras, está tudo certo também”, disse ela

Por Paula Mello Do Revista Marieclaire

Desde sábado, quando a piauiense Monalysa Alcântara, de 18 anos, foi anunciada como vencedora do Miss Brasil 2017, as redes sociais se dividiram entre pessoas comemorando e outras realizando ataques racistas contra a segunda mulher negra a vencer consecutivamente o concurso, após Raíssa Santana ser coroada no concurso em 2016. Críticas ao seu tipo físico se espalharam, chocando a família. “Não nos posicionamos nem vamos fazer isso, porque, racism, a Mona combate diariamente”, afirmou Elza Ancântara, mãe da moça. “Monalysa ganhou por mérito dela e isso ninguém tira. Quem não gostou da escolha, tem direito de opinar desde que não nos ofenda.”
Conversamos com Taís Araújo nos bastidores da nova campanha da L’Oréal Paris, da coloração Casting Creme Gloss, sobre o assunto. A atriz, que já foi alvo de ataques racistas, afirmou: “Isso vai continuar acontecendo enquanto existir desigualdade social e racial”, diz. “Mas é bom as pessoas ficarem incomodas. O incômodo causa mudanças. Ninguém muda no conforto.”


Tais elogiou a beleza de Monalysa e falou sobre a importância de, pelo segundo ano consecutivo, uma mulher negra receber o título. “Ela [Monalysa] é linda. Que ótimo que  ganhou e espero que, no ano que vem, ganhe outra. Somos um País mestiço, com maioria negra. É natural ter uma miss negra dois anos consecutivos. Aliás, até três, até dez, 20 ou 30!”, falou Taís. “Durante 30 anos, só brancas ganharam o concurso. Se nos próximos 30 forem negras, está tudo certo.”

Fonte: Geledés

À caminho do Encontro Formativo da Rede Oblata 2017


Em preparação ao Encontro da Rede Oblata 2017, o Projeto Força Feminina, Unidade Oblata em Salvador, realizou no dia 21 de agosto no turno matutino, mais um momento formativo cheio de trocas e abertura para novos conhecimentos.

A Irmã Ana Paula Assis conduziu esse encontro que teve como tema “Luta por direitos”, através do texto de Elizabeth Bernstein, “O significado da compra: desejo, demanda e o comércio do sexo”. Como estudo dirigido, os colaboradores puderam realizar a leitura do material e levantar pontos relevantes à discussão como: mercantilização dos corpos, direitos às mulheres em situação de prostituição, regulamentação da prostituição, estigmatização, preconceito, clientes, Estado.
Foi montada uma simulação de um júri em que o réu estava sendo julgado por usufruir de serviços de prostitutas de rua. A apresentação de argumentos contra e a favor tornou a formação mais lúdica e interativa.

Ao final, refletimos como é complexo o tema da prostituição e como é minuciosa e lenta a conscientização da sociedade em perceber essas mulheres como sujeito de direitos e a serem vistas sem preconceito.






Somos que podemos ser – Engenheiros do Hawaii


terça-feira, 22 de agosto de 2017

Visita do Projeto Corra pro Abraço ao PFF

O Projeto Corra pro Abraço, idealizado pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), atende pessoas em situação de rua e usuários de drogas. A ação está focada nas cenas de uso de substâncias psicoativas, na perspectiva da redução de danos, garantia de direitos humanos, acesso a serviços públicos e fortalecimento de vínculos e inclusão social de usuários de drogas.




Realizando desde o mês de março, o Curso de Redução de Danos para assistidas e assistidos do Programa, a supervisora de campo, Luana Malheiro, entrou em contato com nossa Unidade para desenvolver umas das etapas do curso. O curso tem como objetivo formar o(a)s aluno(a)s para o exercício da profissão de redutor (a) de danos. Ele é composto de uma parte teórica e outra prática, quando a turma se divide em equipes para realizar o trabalho de campo junto com a equipe do Programa Corra pro Abraço. Outro momento desta formação prática é a visita aos serviços.


As equipes fizeram a seleção de projetos que gostariam de conhecer. O Força Feminina foi apontado por 03 equipes para a realização da visita. Então, na manhã desta sexta – 18/08, as equipes trocaram experiência e tiveram a oportunidade de conhecer o Instituto das Irmãs Oblatas através das ações desenvolvidas pelo Projeto Força Feminina. 


sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Maria Alice quer jogar

Atleta de 10 anos joga futebol com os meninos, mas foi barrada em torneio masculino

A mãe fez campanha #MeninasTambémJogam para reverter decisão em cidade mineira.




Vieiras, na Zona da Mata de Minas Gerais, tem menos de 4.000 habitantes. Não é de se espantar que exista apenas uma menina com menos de 12 anos jogando futebol na cidade. Ela é Maria Alice, que, por não ter colegas da mesma idade que compartilhem da paixão pela bola, sempre treinou e competiu entre os garotos. Aos 10 anos, ela se preparava para disputar o maior campeonato de sua vida. Deu duro nos treinamentos. Viveu a ansiedade de todo atleta iniciante. Fez a mãe comprar uma chuteira nova, com bordado personalizado do seu nome. Até receber a notícia do treinador da equipe de futsal da cidade: sua inscrição havia sido rejeitada pela organização do torneio, que não prevê equipes mistas no regulamento.
“Somos de uma cidade pequena. Não há um time feminino na categoria dela. Por isso, desde os seis anos, ela joga com os meninos”, diz a mãe, Eliane Barbosa, que se emociona ao falar sobre o veto à filha caçula. “Foi uma frustração enorme. A Maria Alice estava muito empolgada para esse campeonato. Ela foi dormir aos prantos no dia em que ficou sabendo que não poderia jogar. Isso partiu meu coração”, conta. Naquela noite, depois de enxugar as lágrimas da filha, Eliane criou um abaixo-assinado na internet: “Deixem a Maria Alice jogar futebol! #MeninasTambémJogam”. Em dois dias, conseguiu 634 assinaturas e resolveu procurar pessoalmente a organização do torneio.

Copa SESC, que conta com a participação de equipes de várias cidades do Estado, é disputada em fases regionais e dividida por gênero e idade. O time de Vieiras tentou inscrever Maria Alice na categoria sub-11 masculina. Cientes da campanha na internet, os organizadores da competição mantiveram a posição de recusar a inscrição da menina. Ao EL PAÍS, um dos coordenadores do evento em Muriaé, onde a equipe vieirense vai competir, afirmou que Maria Alice não preenche os requisitos do regulamento para jogar. Primeiro, porque o torneio só admite meninas a partir da categoria sub-14 – para jogar nesta categoria, é preciso ter pelo menos 11 anos. Por fim, não é permitido que meninas atuem na categoria masculina (e vice-versa). “Se a gente abrir uma brecha, equipes podem pleitear a inscrição de um menino para enfrentar as meninas, colocando a integridade física delas em risco”, justificou o coordenador.
A pressão para reverter a decisão, porém, só fez crescer. Após uma semana, o abaixo-assinado a favor de sua admissão na Copa SESC acumulou mais de 19.000 apoiadores. Na noite desta quinta-feira, o gerente geral da unidade de Muriaé afirmou a Eliane que, após avaliações internas, a organização, enfim, deve aceitar a inscrição de Maria Alice. No entanto, o SESC Minas Gerais informa em nota que segue as “regras oficiais da Confederação Brasileira de cada modalidade, considerando que o regulamento da atividade não prevê a modalidade de futsal sub-11 mista com a participação de meninos e meninas na mesma equipe”.

Campeonatos escolares ou promovidos por empresas privadas já admitem que meninas sejam inscritas em categorias masculinas quando os participantes conseguem provar insuficiência de atletas para formação de um time feminino ou quando o regulamento da competição não prevê categorias em todas as faixas etárias para as garotas. Em 2016, a Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo permitiu que Laura Pigatin, de 12 anos, disputasse os Jogos Escolares pela equipe masculina de São Carlos depois de ter rejeitado a participação da garota no ano anterior. Um abaixo-assinado criado por um amigo da família de Laura comoveu a organização.


Atacante, Maria Alice joga em time masculino desde os sete anos.
Atacante, Maria Alice joga em time masculino desde os sete anos.


O exemplo de São Carlos é uma inspiração para Maria Alice. “A discussão sobre igualdade de gênero precisa chegar ao futebol. Muita gente se sensibilizou com a história da minha filha e abraçou nossa causa”, afirma Eliane. A família da menina ainda tem esperança de que a organização do torneio reconsidere o pedido e confirme oficialmente a inclusão da atleta. O prazo para inscrições termina nesta sexta-feira, 18 de agosto. “As pessoas que promovem os campeonatos se esquecem de que meninas também gostam de futebol. A Maria Alice não pode pagar pela falta de atenção e incentivo ao futebol feminino”, diz a irmã mais velha, Maria Fernanda Barbosa, de 16 anos.
Movida pela paixão herdada do pai, Maria Alice desde cedo preferia jogar futebol com os meninos no recreio a pular corda com as amigas. Professores chamaram a mãe à escola para informar sobre o comportamento da menina. Em momento algum os pais pensaram em reprimir o gosto da filha pela bola. Tanto que, aos sete anos, ela passou a integrar o time formado por garotos em Vieiras. Camisa 10, atacante e goleadora, Maria Alice se destaca nos torneios da cidade, que nunca vetaram sua participação. O treinador não cansa de afirmar que “a menina leva jeito”. Ao lutar pelo direito da filha de competir com crianças do sexo masculino, Eliane cita o exemplo do AEM de Lleida, time de garotas que venceu um campeonato masculino na Espanha. Decepcionados com o desfalque inesperado, os colegas de time de Maria Alice a convidaram para acompanhar a delegação e assistir aos jogos em Muriaé. A menina não se conforma: “Se for pra não jogar, prefiro nem ir”.
#quebrandotabu
#meninastambemjogam

Fonte: EL PAÍS

Bahia tem 26,7 mil processos de violência contra a mulher; TJ inaugura nova unidade de atendimento

Em Salvador, só de janeiro a julho de 2017, as varas receberam 3,2 mil novos feitos. No ano passado foram 4,9 mil
Em seis varas especializadas no acompanhamento de denúncias de violência contra a mulher na Bahia tramitam atualmente 26,7 mil processos. Os dados foram divulgados pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) que nesta sexta-feira (18) inaugura uma nova unidade especializada de atendimento. O estado conta atualmente com seis varas especializadas, quatro delas nas comarcas de Feira de Santana, Camaçari, Juazeiro e Vitória da Conquista.
O TJBA sedia a XI Jornada Maria da Penha, que pela primeira vez acontece fora de Brasília. A presidente do STF, ministra Carmen Lúcia, participa da solenidade de abertura, às 9h desta sexta, no auditório do edifício-sede, no Centro Administrativo da Bahia. A ministra também participará da abertura da vara, às 13h30, no Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge), na Avenida Paralela.
A criação da terceira vara da Justiça pela Paz em Casa de Salvador (antes chamadas de vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher foi proposta pela presidente do TJBA, desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago. O objetivo é desafogar a demanda crescente nas duas unidades existentes na capital que, juntas, contam com 10,8 mil processos. Só de janeiro a julho de 2017, as varas receberam 3,2 mil novos feitos. No ano passado foram 4,9 mil.
A Resolução nº 15, que autoriza a instalação da vara, foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico da última quinta-feira (10). A unidade será a primeira a receber o nome de Vara da Justiça pela Paz em Casa, nova denominação para as varas de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. A alteração do nome foi proposta pela desembargadora Nágila Maria Sales Brito, responsável pela Coordenadoria da Mulher do TJBA, e aceita por unanimidade durante a sessão do Tribunal Pleno do dia 9 de agosto.
Semana de Mobilização
Este ano, a Jornada Maria da Penha será realizada uma semana antes da 8ª edição da Semana pela Paz em Casa, que ocorre entre os dias 21 e 25 de agosto, em todo o país. O TJBA participa das ações e realiza, em Salvador, no auditório do edifício-sede um Ciclo de Debates, de 21 a 24, com temas voltados ao enfrentamento dos crimes praticados contra a mulher, dentro de uma perspectiva jurídica contemporânea.
O evento é aberto ao público, com a necessidade de inscrição prévia pelo site do TJBA, por meio do Sistema de Gestão de Educação Corporativa (Siec), acessado pelo link Universidade Corporativa TJBA, até as 14h desta sexta-feira (18).

Veja outros locais para encontrar ajuda em Salvador:
Coordenadoria da Mulher, do Tribunal de Justiça da Bahia - Endereço: 5ª Avenida do CAB, nº 560, 3º andar, sala 303 do Anexo, Centro Administrativo, CEP 41.745-971, Salvador/BA. Telefones: (71) 3372-1867/1895/5525 E-mail: coordenadoriamulher@tjba.jus.br
CRLV (Centro de Referência Loreta Valadares) – Promove atenção à mulher em situação de violenta, com atendimento jurídico, psicológico e social. Endereço: Praça Almirante Coelho Neto, nº1 – Barris, em frente à Delegacia do Idoso. Telefone: 3235-4268.
Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) – Em Salvador, são duas: uma em Brotas, outra em Periperi. Deam Brotas – Rua Padre José Filgueiras, s/n – Engenho Velho de Brotas. Telefone: 3116-7000. Deam Periperi – Rua Doutor José de Almeida, Praça do Sol, s/n – Periperi. Telefone: 3117-8217.
Gedem (Grupo de Atuação Especial em Defesa da Mulher do Ministério Público do Estado da Bahia) – Atua na proteção e na defesa dos direitos das mulheres em situação de violência doméstica, familiar e de gênero. Endereço: Avenida Joana Angélica, nº 1312, sala 309 – Nazaré. Telefone: 3103-6407/6406/6424.
Nudem (Núcleo Especializado na Defesa das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar da Defensoria Pública do Estado) – Atendimento especializado para orientação jurídica, interposição e acompanhamento de medidas de proteção à mulher. Endereço: Rua Pedro Lessa, nº123 – Canela. Telefone: 3117-6935.
1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar – Unidade judiciária especializada no julgamento dos processos envolvendo situações de violência doméstica e familiar contra a mulher, de acordo com a Lei Maria da Penha. Endereço: Rua Conselheiro Spínola, nº 77 – Barris. Telefone: 3328-1195/3329-5038.
Fonte: Correio

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

O que é o ‘chaupadi’, que o Nepal acaba de transformar em crime?

O país asiático criminaliza a tradição hindu de botar para fora de casa as mulheres menstruadas



O Parlamento do Nepal classificou como crime o chaupadi, uma prática hindu que consiste em obrigar as mulheres menstruadas a permanecerem fora de casa, muitas vezes em abrigos para animais, a fim de preservar a pureza do lar.

“O Parlamento aprovou uma nova lei que considera o chaupadi uma prática criminosa”, declarou Krishna Bhakta Pokharel, presidente da comissão parlamentar encarregada dessa iniciativa. Pokharel afirmou que daqui a um ano, quando a reforma penal entrar em vigor, “qualquer pessoa que obrigar uma mulher a sair de casa no período de menstruação poderá ser condenada a três meses de prisão”.
chaupadi já foi proibido pelo Tribunal Supremo em 2005, mas ainda é uma prática muito presente em algumas regiões do oeste do Nepal, onde mulheres e meninas são expulsas de suas casas todos os meses.
As comunidades que adotam o chaupadi acreditam que serão vítimas de alguma tragédia se não afastarem as mulheres e as meninas de casa enquanto estão menstruadas.
A reforma penal entrará em vigor dentro de um ano e poderá levar a penas de três meses de prisão
As organizações de defesa dos direitos da mulher afirmam que esse breve exílio expõe as mulheres a inúmeros abusos, como estupros. Além disso, as ONGs alertam para o fato de que o chaupadi pode também se combinar com tratamentos cruéis, já que, de acordo com essa superstição hindu, as mulheres mal podem comer e beber durante a menstruação.
Com efeito, várias mortes já foram registradas por causa do chaupadi. No último mês de julho, uma adolescente de 19 anos de Dailekh morreu após levar uma mordida de uma cobra enquanto estava em uma brigo para animais. Em dezembro, uma menina de Acham perdeu a vida asfixiada por causa da ventilação rarefeita do lugar onde estava confinada.
Os ativistas elogiaram a nova lei, mas cobram das autoridades que ela seja realmente cumprida. “Teremos de ficar atentos para qualquer caso de chaupadipara que o Governo aplique a lei rigidamente”, disse Renu Rajbhandari, da Aliança Nacional de Defensores dos Direitos da Mulher.
Fonte: El País

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Formação continuada - Rede Oblata 2017

Na manhã de segunda-feira, 31 de julho, no Projeto Força Feminina, Unidade Oblata em Salvador, aconteceu mais uma Formação para a Rede Oblata 2017 “Direitos das mulheres que exercem a prostituição à luz da missão”.


As educadoras sociais Daniela Moura e Rosilene Ferreira compartilharam saberes e propiciaram discussões a cerca da prostituição, dos seus agentes, de possíveis motivos e da prostituição vivida por brasileiros no exterior. Essa formação teve como fundamentação teórica os estudos do livro “Prostituição à Brasileira” de Luis Carlos Sebe B. Meihy e dos textos “Prostituição e Feminismo” de Marlene Rodrigues e “Movimento Feminino em Disputa” de Aline Godois Tavares. Daniela e Rosilene conduziram esse momento de forma lúdica, como se fosse uma roda de conversa, um bate-papo informal, no qual, as vidas de cinco pessoas que vivem a prostituição atualmente fora do Brasil foram expostas desde a sua infância até o momento presente. Os demais trabalhadores sociais contribuíram bastante com questionamentos, inquietações e acréscimos de informações, o que enriqueceu de modo muito singular a discussão.

Com a intenção de sensibilizar os colegas, demais trabalhadores sociais do PFF, foi executada a música “Prostituta” de Negra Gizza e eles foram convidados a ler depoimentos de mulheres atendidas na unidade espalhados pela sala a fim de fazer um paralelo entre a realidade já conhecida, mas não menos chocante e a realidade relatada através dos depoimentos explanados no livro. A música “Sonhos Roubados” de Maria Gadú embalou esse momento.





A partilha do que foi estudado iniciou-se com as educadoras sociais apresentando a proposta do encontro e os conteúdos e as discussões argumentadas no livro, sempre as relacionando com as realidades vivenciadas no PFF e no país. Como esse assunto instiga cada pessoa diferentemente, cada um dos trabalhadores sociais se manifestou naquilo que mais lhe tocou.





"O discurso fica engessado em duas polaridades que não cabem mais nos dias atuais e que precisa ser melhor estudado porque por mais que a prostituição esteja no emaranhado do capitalismo, o qual obedece à regras rígidas, as vidas das pessoas, os prostitutos e as prostitutas não devem mais se perder nesse jogo mercadológico, como se nada valessem.
Os direitos pessoais se perdem no espaço internacional e isso protege os trânsitos de toda ordem: tráfico de pessoas, de órgão, de animais, de armas.
Como o Capital Internacional , a prostituição  - e nela a vida das putas – funciona como moeda de troca. O capital, porém, tem autonomias e isenções, a prostituição não."


terça-feira, 15 de agosto de 2017

Amamos mulheres!

Amamos mulheres! Desde que elas se depilem totalmente a ponto de parecerem crianças. Sim, vaginas "infantis" são ovacionadas. Nenhum pêlo! Que nojo mulher com pêlo! Mulher tem pêlo? É sério? Depilação com cera, por favor! E finge que não dói.
Amamos mulheres! Essas divas. Mas parto normal, não. Vai estragar o brinquedinho? Vagina de cocotinha, lembra? Vagina de cocotinha não é capaz de colocar uma criança no mundo. Cirurgia, por favor!
Amamos mulheres! Com peitos durinhos. Põe silicone, ué! Uma cirurgia a mais, uma a menos, não faz diferença. Peitos que jorram leite pra alimentar um bebê? Isso existe? Com tanta latinha na farmácia... Não, amamentar, não. Que pretensão é essa de poder produzir o alimento do seu filho? Seca, leite. Você não consegue. Peito é pra fins sexuais. Apenas. Servidão.
Amamos mulheres! Que nojo de menstruação... Mulher menstrua? Sangue? Ai, vou desmaiar. Esconde esse absorvente. Shhhhh. Ninguém pode saber que sai sangue de você todo mês. Tem jeito de não menstruar. Vai! Faz isso! Que nojo! Hormônio pra dentro. Tá tudo bem.
Amamos mulheres! De barriga chapada: por que a sua não é? Lipoaspiração. Abdominoplastia. Cinta que tira o fôlego. Tudo a seu favor. O que não vale é ter a sua própria barriga. Onde já se viu? Que audácia amar seus pneuzinhos!
Amamos mulheres! Mas essa vagina não é igual ao do filme pornô. Vai lá! Tem cirurgia íntima! O Brasil é recordista mundial em cirurgias íntimas femininas. Uma cirurgia a mais, uma menos... Mais uma dose de cirurgia, por favor. Labioplastia ou ninfoplastia. Ninfo. Aproveita que também existe clareamento anal. Tudo rosinha. Ninfo. Rosinha. Sua vagina não serve. Nem seu ânus.
Amamos mulheres! De sobrancelha feita, cabelo pintado, escovado, maquiada, com esmalte, depilada, vagina e ânus rosadinhos, salto, sem menstruação, sem leite jorrando do peito, sem ver um filho passando em sua vagina. Mulheres... Cirurgias. Produtos pra maquiar. Naturalidade feminina? Nojo!
Amamos mulheres! Doces. Já tomou seu rivotril hoje? Gritou? Tá louca. The mad woman in the attic. Mulheres. Jovens. Eternamente. Um fio de cabelo branco é sinal de desleixo. Compra tinta, maquiagem, faz cirurgia, toma hormônio, rivotril, sinta a dor de cada pelinho sendo arrancado com cera quente. Vai em frente!
Amamos mulheres! Jovens, maquiadas, moldadas, dormentes, lipoaspiradas, siliconadas, alisadas, clareadas, refinadas, "limpas", de salto - nem sua altura serve! - desumanizadas, anestesiadas para a próxima cirurgia. São tantas Galateas...
Amamos mulheres! Já viu o 'the perfectv'? Novidade no mercado. Iluminador para a vagina. Rosa. Iluminada. Ninfa. Cocotinha. Depilada. Infantil.
Amamos mulheres! Desde que elas não sejam mulheres. Apenas estátuas moldadas. Apenas Galateas esculpidas por Pygmalion. Sem vida. Estão todas dopadas. Seja por remédios ou pela mídia.

"Gostamos de mulheres femininas": mentira! Porque vocês odeiam tudo o que é feminino: pêlos, sangue, parto, leite, cheiro natural de vagina, cores e sabores. Vocês não gostam de fêmeas. Vocês gostam que mulheres performem feminilidade. A qualquer custo. Que não sejam elas mesmas. Chora, Galatea. Em silêncio pra não incomodar.


VIA: Quartinho da Dany

Fonte: Facebook BECO DO POETA

DIÁLOGOS SOBRE DIREITOS DAS MULHERES

Na segunda-feira, 07 de agosto, Valtemi Barreto, da Equipe do Projeto Força Feminina, Unidade Oblata em Salvador, conduziu mais uma das formações para a REDE Oblata 2017. Com base no filme “As Sufragistas” de Sarah Gavron, a formação ocorreu com a participação intensa das trabalhadoras sociais que discutiram sobre a validação de direitos já conquistados pelas mulheres e se realmente esses direitos estão sendo respeitados na sociedade atual.


Bem como as sufragistas do início do século XX, as mulheres de hoje também têm muito a conquistar. Percebe-se a pouca participação das mulheres nos cargos de comando e na política, a dependência econômica em relação aos seus companheiros... É visível também o machismo no padrão do vestuário das mulheres em empresas ditas sérias, organizadas e de grande porte, visto que, nesses locais a mulher deve se “fantasiar” de homem para poder exercer o seu trabalho a fim de não despertar atenção / interesse sexual dos colegas homens, e ser respeitada, entre tantos outros casos de falta de respeito e desigualdades.



Em prol de melhores oportunidades e de igualdade para ambos os sexos e gêneros, é que o Projeto Força Feminina entra nesse tema a fim de entender e dialogar sobre os direitos das mulheres que foram tão oprimidas e silenciadas durante séculos, sem direito a exercer a sua sexualidade, sem direito ao planejamento familiar, sem direito de escolher a formação acadêmica que desejavam, enfim, sem direito a ter direitos...

O filme “As Sufragistas” toca nesse ponto central, ao retratar o que a personagem principal passa desde a sua infância até a fase adulta:
“É natural para Maud aceitar as péssimas condições de trabalho que lhe são impostas. É natural para Maud acreditar que ela deve ser grata ao patrão que a explora desde a mais tenra infância e chega até mesmo a abusar sexualmente dela e de suas companheiras de jornada. É natural para Maud, sentir-se inferior.”


A discussão seguiu-se e foi exibido o documentário “Virou o Jogo - A História de Pintadas” – com depoimentos dos moradores desta cidade localizada no interior da Bahia. Este fortaleceu no grupo a crença de que a educação é sim transformadora. Foi surpreendente observar o esclarecimento e a transformação de costumes relatada pelas pessoas entrevistadas, especialmente por pessoas de mais idade e em uma cidade do interior, onde muitas vezes os costumes são considerados mais atrasados.

Foi exibida a apresentação “Mulheres que Fizeram História”, desde Leila Diniz à Irmã Dulce e Madre Tereza de Calcutá, ao som de “Pra Não dizer que Não Falei de Flores” do músico Geraldo Vandré.

E tecendo uma rede, a equipe verbalizou frases de direitos e empoderamento que precisam ser conquistados e postos em prática não só pelas mulheres, mas pela sociedade como um todo.



Às mulheres, força! Pois a luta ainda continua...




terça-feira, 8 de agosto de 2017

Médico alerta sobre perigos do câncer do colo do útero

Hospital Santa Izabel disponibiliza atendimento integralizado em oncologia

Terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama e do colorretal, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil, o câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado por uma infecção persistente por alguns tipos do papilomavírus humano - o HPV. “O vírus do HPV é fundamental para o desenvolvimento da neoplasia cervical e pode ser detectado em 99% dos cânceres de colo uterino”, afirma Dálvaro Castro Junior, oncologista do Hospital Santa Izabel.

O médico ressalta, no entanto, que a presença do vírus, por si só, não significa que a paciente irá desenvolver um quadro de câncer. “Estima-se que entre 75 e 80% dos adultos sexualmente ativos adquirem o HPV antes dos 50 anos de idade, mas a maioria das infecções é transitória. Entre os mais de 40 tipos já identificados do vírus, aproximadamente 15 são conhecidos como oncogênicos. Quando a infecção por HPV persiste, o tempo desde a infecção inicial até o desenvolvimento de neoplasia intraepitelial cervical de alto grau e, finalmente, o câncer invasivo leva em média 15 anos, embora tenham sido relatados cursos mais rápidos”, alerta o oncologista.
Dessa forma, a detecção da doença é realizada durante as consultas regulares com um médico ginecologista. “O rastreamento do câncer de colo uterino detecta lesões pré-malignas e em estágio inicial, e, nesses casos, o tratamento diminui a incidência e a taxa de mortalidade. O principal método de rastreamento é o teste de papanicolau (citologia oncótica). O exame clínico permite o diagnóstico das verrugas genitais. As lesões subclínicas podem ser diagnosticadas por meio de exames citopatológicos, histopatológicos e de biologia molecular ou pelo uso de instrumentos com poder de aumentar sua visualização após a aplicação de reagentes químicos para contraste”, acrescenta o oncologista.
Nos casos em que o câncer já foi identificado, o tratamento deve ser iniciado imediatamente. “O câncer de colo uterino é uma doença potencialmente curável. Quanto mais precoce for o diagnóstico, maior será a chance de cura. Quando o câncer é descoberto num estágio inicial, é possível tratar através de pequenas cirurgias, como a criocirurgia e a conização. Já nos estágios mais avançados, as opções terapêuticas podem incluir a histerectomia total, a radioterapia, a braquiterapia e a quimioterapia”, esclarece Dálvaro Júnior.
Alerta
Em 2015, a Organização Mundial da Saúde (OMS), no relatório “Controle integral do câncer do colo do útero: Guia de práticas essenciais”, lançou um alerta para todos os países sobre a prevenção e o controle da doença. De acordo com o documento, estima-se que pelo menos 1 milhão de mulheres em todo o mundo vive com câncer do colo do útero. E, na maioria dos casos, sem acesso aos serviços de saúde para a prevenção, tratamentos curativos ou cuidados paliativos.
Entre as principais diretrizes de prevenção detalhadas no relatório, está a vacinação de meninas com idade entre 9 a 13 anos, com duas doses da vacina contra o HPV.“Além da vacina, que protege contra os principais tipos de HPV causadores de câncer, é possível também prevenir a infecção pelo vírus através do uso de preservativos durante o ato sexual e, claro, monitorar possíveis infecções através do acompanhamento regular com um médico ginecologista”, afirma Castro Junior.
Tratamento 
Com uma equipe especializada, formada por médicos cirurgiões e clínicos, além de profissionais de enfermagem, farmácia, assistência social e psicologia, o Serviço de Oncologia do Hospital Santa Izabel é referência no tratamento de câncer na Bahia. Além de integralizar todo o tratamento em um único lugar, desde as consultas clínicas, passando pela cirurgia oncológica, radioterapia e tratamento quimioterápico, até a internação, o Instituto Baiano do Câncer do Hospital Santa Izabel possui um parque tecnológico completo, com equipamentos de diagnóstico e tratamento de última geração.

Fonte: Correio*