segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Unidade Força Feminina presta assessoria a Projeto em Feira de Santana


O convite feito pela Ir. Augustina, coordenadora do Espaço Viva Mulher, feito a Unidade Força Feminina teve como objetivo apresentar a realidade da prostituição em Feira de Santana assim como promover espaço de capacitação para a equipe que está sendo constituída e o acompanhamento das mulheres que começam a ser atendidas pelo espaço.
De acordo com o projeto que esta sendo estruturado pelo Espaço Viva Mulher a missão se constitui em: Ser presença profética e evangélica junto à mulher em situação de prostituição ou em risco, buscando novas relações de gênero e incentivando seu protagonismo.
A chegada de Louraine Carvalho e Fernanda Priscila Alves, trabalhadoras sociais da Unidade Força Feminina, ao espaço aconteceu de forma tranquila possibilitando aproximação e fortalecimento de vinculo das mulheres que vem sendo atendidas pela Espaço Viva Mulher. A metodologia de trabalho que contou com a presença das mulheres atendidas e a equipe do espaço consistiu na apresentação dos presentes que expressaram suas expectativas referentes ao trabalho, que em sua maioria falaram da importância do espaço de acolhida e fortalecimento das mulheres em contexto de prostituição.
Na breve apresentação da Unidade Força Feminina o desejo de conhecer o trabalho foi o desejo de todas as mulheres presentes nos dois dias de atividade. Vale ressaltar a abordagem social realizada no principal ponto de prostituição de Feira de Santana, sendo mais um momento de aproximação a novas mulheres da área.
E é nesse sentimento de aproximação, reconhecimento e partilha que a Unidade Força Feminina fortalece o compromisso junto ao Espaço Viva Mulher de favorecer novos momentos de formação e partilha junto a equipe e mulheres, no processo continuo de troca de saberes e luta em prol da dignidade e da vida das mulheres.
No dia 28/09, as atividades consistiram em continuar a aproximação e escuta da realidade das mulheres de Feira de Santana. Ficou combinado que a assessoria da Força Feminina consistirá em acompanhar o grupo de mulheres e promover a formação da equipe de trabalho. 


Unidades de Salvador e Juazeiro participam do Seminário Campanha da Fraternidade 2014




A Campanha da Fraternidade de 2014 terá como tema “Fraternidade e Tráfico Humano”, e o lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou.” (Gl 5,1). O objetivo geral da Campanha da Fraternidade será identificar as práticas de tráfico humano em suas várias formas e denunciá-las como violação da dignidade e da liberdade humana, mobilizando cristãos e pessoas de boa vontade para erradicar este mal em vista ao resgate da vida dos filhos e filhas de Deus.
Para atingir os objetivos da Campanha da Fraternidade de 2014 e dinamizar a Campanha da Evangelização, a CNBB Regional Nordeste3, realizou o Seminário de formação e animação de Campanhas, com três representações de cada Arqui/diocese, onde a Unidade de Salvador (Força Feminina) com Rosilene Ferreira e a Unidade de Juazeiro (Pastoral da Mulher) com Railane Delmondes, representantes da Arqui/diocese de Salvador e de Juazeiro.
            O encontro contou com a presença de Jaqueline Leite que abordou o tema do Tráfico de Seres Humanos e suas conceituações e do Frei Xavier Prazo que trouxe a perspectiva do Ver, Julgar e Agir, abordando a temática do tráfico de seres humanos para fins de exploração de mão de obra.
Neste sentido os dois dias do encontro, 28 e 29 de setembro, foram apontados os principais objetivos especificos da campanha:
1-    Identificar as causas e modalidades do tráfico humano e os rostos que sofrem com essa exploração.
2 – Denunciar as estruturas e situações causadoras do tráfico humano.
3 – Reivindicar dos poderes públicos, políticas e meios para a reinserção das pessoas atingidas pelo tráfico humano, na vida familiar e social.
            Com a liberação dos materiais para estudo e formação, busca-se agora aprofundamento do tema a fim de integrar ainda mais as ações das Pastorais Sociais no enfrentamento ao Tráfico de Seres Humanos.


segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa e Olimpíadas – ANCOP se reúnem em Salvador.

Nos dias 20 a 23 de setembro de 2013, representantes dos Comitês Populares da Copa se reuniram na Casa São José e na sede da Unidade Força Feminina num movimento de articulação entre os Comitês Locais, objetivados em dirimir ações a nível nacional e internacional. Os Comitês Populares Locais são resultado d mobilizações nas cidades-sede da copa de iniciativa de movimentos sociais organizados, universidades e entidades da sociedade civil. Em cada cidade reflete a organização dos atingidos e da sociedade local em sua luta contra as Violações de Direitos decorrentes da realização dos jogos da Copa 2014, e no Rio de Janeiro, também das Olimpíadas 2016. Esteve presente representante dos Comitês de Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. Nesse sentido que a Força Feminina se integra desde o ano de 2010 ao Comitê Popular da Copa Bahia, buscando esse espaço como forma de fortalecer o processo de luta contra as desigualdades sociais a que a população brasileira vem sofrendo, intensificada com a chegada dos mega eventos que violam direitos humanos e sociais. Os impactos gerados, ao contrário do que tem sido mostrado à população, não significarão melhorias reais nas condições de vida e na ampliação dos direitos de toda a população, sobretudo das pessoas mais pobres e vulneráveis e junto a essas as mulheres em situação de prostituição. Podemos afirmar que as realizações desses mega eventos no país afetam diretamente o reconhecimento, promoção e garantia de direitos humanos com recorte evidentes de gênero, raça, etnia e geração. Abre novas fronteiras de acumulação (legais e ilegais), destituindo direitos e proteção social. A mercantilização da vida e da sexualidade humana ganha impulso. Por isso que se faz necessário ampliar ações para o controle social democrático, buscando a geração de compromissos para a promoção imediata dos direitos à terra, ao território das comunidades urbanas, crianças, adolescentes e mulheres, buscando o fortalecimento do sujeito social e sujeito político no processo de luta.



quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Força Feminina participa da I Mostra de Filmes do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas/BA


O NETP foi implantando em Salvador no ano de 2011, como parte de uma das metas do Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (PNETP), com o objetivo de dar atendimento às vitimas desta atividade criminosa, auxiliar no fortalecimento da rede de prevenção e executar as ações previstas na Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.
A primeira Mostra de Filmes do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas-Ba, surgiu da necessidade de trazer essa discussão para a comunidade, sob orientação de um profissional da área.  Com realização na sede da Sociedade Protetora dos Desvalidos – SPD, localizada no Largo do Cruzeiro de São Francisco, Pelourinho, a Mostra contou com a participação da Unidade Força Feminina no 2º dia do evento, mediando junto com o CHAME - Centro Humanitário de Apoio à Mulher, a discussão do filme Cinderela, Lobos e Principe Encantado.
É um filme brasileiro de 2008, de longa-metragem, do gênero documentário, dirigido por Joel Zito Araújo. Em Cinderelas, lobos e um príncipe encantado, viajando pelo nordeste brasileiro e pela Europa, na Itália e Alemanha, o diretor discute o sonho de cinderela de várias mulheres brasileiras que buscam encontrar um marido europeu. Muitas migram e se tornam dançarinas em apresentações de ritmos ligados ao Brasil. Sem estudo ou formação profissional, outras se transformam em prostitutas. Mas, uma minoria consegue criar o seu final feliz.
O espaço de discussão na Mostra acerca do filme possibilitou a rica participação de estudantes, trabalhores sociais de diversos Projetos Sociais e as mulheres atendidas pela Unidade Força Feminina. A fala apresentada pela Unidade Força Feminina apresentou a ação da Unidade assim como os desafios encontrados. Em seguida discutiram-se alguns pontos tais como: exploração sexual, turismo sexual, Casamento servil, Tráfico de pessoa, prostituição. Froam levantados alguns eixos de discussão: Complexidade do fenômeno da prostituição, Cultura patriarcal e construção do imaginário europeu acerca da corporeidade feminina brasileira, construção da identidade de mulhers negras. Além desta discussão o espaço possbilitou pensar algumas possibilidades tais como: articulação das Intituições e enfrentamento da exploração sexual e tráfico de pessoas.





terça-feira, 13 de agosto de 2013

Nova sede do Centro de Referência Loreta Valadares em fase de finalização

No mês em que a Lei Maria da Penha, sancionada em 7  de agosto de 2006, completa sete anos de criação, o Centro de Referência Loreta Valadares (CRLV) inaugura um nova sede onde vai assegurar muito mais serviços para as mulheres vítimas de violência. No novo espaço, localizado no bairro dos Barris, o centro, que é vinculado à Superintendência de Políticas para Mulheres de Salvador (SPM), vai oferecer, além do atendimento jurídico e psicossocial, cursos de qualificação profissional, brinquedoteca, acervo para estudos nas áreas de gênero, além de posto de atendimento do Ministério Público para dar celeridade aos processos.
 
A titular da SPM, Mônica Kalile, visitou na manhã desta terça-feira (6) as obras de reforma da nova sede do CRLV, em fase de finalização. “Vai ser uma grande alegria abrir este novo espaço para as mulheres no mês que comemoramos o aniversário da lei Maria da Penha, que, além aumentar o rigor das punições das agressões contra mulher, preconiza a ampliação da rede de atenção às vítimas da violência”, afirmou a superintendente.  
 
O trabalho de reforma do imóvel está sendo realizado através de uma parceria entre a SPM e a Companhia de Desenvolvimento Urbano de Salvador (Desal), envolvendo toda adequação do espaço para garantir o acesso a mulheres idosas e com necessidades especiais.  Com a conclusão da obra ainda este mês, o órgão deixa de funcionar na Rua Aristides Novis e passa a atender na Praça Almirante Coelho Neto, situado em uma região estratégica, em frente à Delegacia Especial do Idoso, a poucos metros da 1ª Vara de Violência contra a Mulher e próximo à Estação da Lapa. 
 
“Muitas mulheres acolhidas pelo centro acabavam deixando o acompanhamento, afirmando que o motivo era a dificuldade e de ir até a Federação. Por isso quando tivemos que mudar de sede, buscamos uma área mais central que facilitasse o acesso não só às mulheres assistidas como aos funcionários”, explica Mônica Kalile. E mais: a antiga sede tinha cerca de 300 m², enquanto o novo espaço tem 508 m². 
 
A ampliação do espaço permitiu que o centro pudesse abrigar novos serviços de atenção e proteção à mulher. A atenção à idosa é um deles. “Existe o mito de que mulheres mais velhas não sofrem violência. Isso não é verdade. Elas são agredidas por filhos, netos e vizinhos, inclusive sexualmente”, coloca a superintendente da SPM. 
 
A briquedoteca é para prover um espaço onde as crianças filhas das vítimas poderão ser abordadas na busca de informações para entender os danos sofridos pela violência familiar. O CRLV também ganhará um Centro de Documentação e Informação em Gênero para estudantes e acadêmicos.
  
Parceria - Mônica Kalile lembra que um dos principais problemas no enfrentamento à violência contra a mulher é promover sua inserção no mercado de trabalho, pois muitas delas se submetem aos seus algozes porque não tem uma fonte de renda para seu sustento e de seus filhos. Por isso, o novo centro terá uma área dedicada à qualificação profissional, dotado de uma cozinha industrial. Lá, serão oferecidos cursos diversos para o setor de serviços, como cozinheira, assistente de cozinha e atendente de telemarketing, em parceria com a Secretaria Municipal da Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps). 
 
A parceria com a Semps também vai manter no local um posto para atendimento de intermediação de mão de obra para as mulheres atendidas pelo centro. Segundo a superintendente, o trabalho articulado com diferentes secretarias do município tem sido fundamental para viabilizar o funcionamento dos novos serviços. A Secretaria Municipal de Ordem Pública, por exemplo, além de colaborar com prepostos da Guarda Municipal para garantir a segurança, está requalificando toda a praça onde está localizada a nova sede, com colocação de nova iluminação. A Secretaria de Infraestrutura e Defesa Civil, através da Sucop, realizou a poda das árvores
 
Órgãos de outras esferas também estão colaborando. Um acordo fechado com a Polícia Militar assegura que a praça contará com dois policiais e uma ronda trabalhando de forma permanente no local. Já o MP fará atendimento três vezes por semana no centro, com o objetivo de dar maior agilidade aos processos gerados a partir das denúncias das vítimas.
 
A expectativa de SPM é que, até 2015, seja viabilizada a criação de mais dos centros de referência para a mulher em Salvador. De acordo com Mônica, eles ficaram localizados nos bairros de Cajazeiras e Periperi.   
FONTE: AGECOM 
06/08/2013

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Convite 35 anos Pastoral da Mulher de Juazeiro

Desde que foi fundada em 1978, por Dom Tomas Guilherme Murphy, primeiro Bispo de Juazeiro, a Pastoral da Mulher de Juazeiro, hoje vinculada ao Instituto das Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor, sempre teve a finalidade de realizar a promoção humana, social, política e espiritual das mulheres em situação de prostituição.
Iniciada como “Escola Profissionalizante São José”, um ano depois teve seu nome modificado para “Escola Senhor do Bonfim”.  Em 1981, quando Dom José Rodrigues, então Bispo de Juazeiro, convidou as Irmãs Oblatas para assumirem o trabalho pastoral, a instituição passou a se chamar “Pastoral da Mulher de Juazeiro”.
Durante este tempo, a Pastoral manteve o engajamento junto às mulheres, tendo o apoio constante de Irmãs Oblatas, funcionários, voluntários e de pessoas encorajadas pelo espírito de companheirismo, dinamismo e, principalmente, pelo envolvimento ao trabalho social.
 “A Pastoral da Mulher de Juazeiro, ao longo dos anos vem cumprindo a sua missão: de conceber na mulher a capacidade de ser protagonista da sua história, gerando nela um processo de transformação social e político”, diz Fernanda Lins, Assistente Social – atual coordenadora da Pastoral da Mulher.
Em comemoração aos 35 anos da instituição, a Pastoral realizará no próximo sábado, 10 de agosto, data de sua fundação, uma solenidade com homenagens à pessoas que marcaram na história da Pastoral, bem como, contará um pouco da trajetória, com depoimentos de mulheres que, com o apoio da Pastoral, escreveram uma nova história em suas vidas.
O evento acontecerá em espaço reservado na Universidade Anhanguera – Uniderp, a partir das 19h.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

SÓ UM TROTE: SEM INTENÇÃO DE MATAR





   Leitura de fatos violentos publicados na mídia
Ano 13, nº 10, 22/07/2013 
 
  A presença de práticas violentas na sociedade brasileira assumiu um grau de profusão e gravidade que pode tornar as pessoas menos sensíveis às “pequenas” formas de violência ou de violações de regras de convívio necessárias à vida em sociedade.
O “tom social” do momento está mais para a indiferença, o individualismo e alguma reserva de substância gregária a ser gasta com “os merecedores” de atenção. Como a coletividade excede a esta escassa matéria, os indivíduos tendem a não cultivar a formação dos mais tênues laços de aproximação entre os seus outros-permanentes. Muitos não sabem sobre seus vizinhos, sobre as pessoas que encontram no ambiente de trabalho e assim por diante.
Talvez a falta destas práticas possa comprometer a nossa capacidade de atuar na espécie de caminho que a gente supõe ser o nosso, o próprio caminho, o exclusivo. No dia 17 de julho de 2013, o apresentador Varela veiculou em seu programa, Balanço Geral, a história de um suicídio de uma senhora de 56 anos, moradora do bairro de Itacaranha, situado no Subúrbio Ferroviário de Salvador. Pelas informações coletadas, ela teria recebido, bem cedo, um telefonema que informava da morte do seu único filho. Posteriormente, saiu de casa e, na rua, derramou álcool no corpo e ateou fogo. Depois de morta, o seu filho, que se encontrava no trabalho, fora informado da tragédia e gritava desesperadamente diante das câmeras de televisão, já sabendo que a sua mãe foi vítima de um trote.
Os vizinhos da vítima informaram que ela era uma boa pessoa, morava ali fazia muito tempo e não tinha qualquer problema de relacionamento com os moradores. Diante disso, o apresentador classificou o caso como assassinato, cuja arma foi o telefonema. O caráter insólito dessa classificação é característico de uma linguagem que busca acionar uma representação já consolidada em torno dos casos noticiados. E, infelizmente, nada mais consolidado do que as mortes por homicídio em programas como o aqui referido. Desse modo, o homicídio assume o lugar genérico de morte violenta, uma matriz de interpretação de outros tipos de mortes, tal como a veiculada.
Esta sorte de esclarecimento para o caso contribui para amenizar a possível inquietação do público diante de uma história tão incomum. Entretanto, este alívio pode custar a suspensão da possibilidade de uma reflexão sobre a nossa irresponsabilidade para com os outros, os estranhos.
Ao mesmo tempo em que adotamos comportamentos de recusa em presença do outro, em nossa intimidade e resguardados de riscos, nós somos capazes de perturbar a quem nem conhecemos. Esta disposição talvez seja resultado da crença de que sejamos o próprio bem e que nada do que fazemos atinja ao outro de modo devastador, afinal, o violento é o outro e nós somos os inofensivos.
Cabe, também, acrescentar, ainda que hipotética, uma justificativa para o autor do trote, relacionada com a postura inconsequente, aquela na qual a pessoa considera que “apenas faz”, isto no caso em tela poderia ser assim representado: “afinal, telefonar é crime? Eu não fiz nada, só dei um trote! Sabia lá que a mulher que atendeu só tinha um filho? Como é que eu ia saber!?”

No contexto atual, é, praticamente, impossível que os brincalhões de mau gosto ocupem o banco dos réus por um trote. Cabe, entretanto, ter ao menos na fértil imaginação, que o outro que evitamos é humano-sensível. Ele ama, sofre, tem limites e motivos específicos para se manter vivo. Pode parecer de mau gosto, mas ele é igualzinho a nós.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Força Feminina promove semana criativa com as mulheres

Foram desenvolvidas atividades diferenciadas com as mulheres do Projeto Força Feminina durante os dias 22 a 26 de julho de 2013 com o objetivo de despertar o potencial criativo destas e oferecer um espaço lúdico e de lazer. Entre as ações desenvolvidas, se destacaram o Bazar Social de responsabilidade do Renascer, um grupo de mobilização, protagonismo e luta que está se fortalecendo a cada dia na sua ação protagônica dentro do projeto; Oficina de Pintura em camisa e a Dança do Ventre.

No primeiro dia (22/07) foi lançada a proposta de refletir acerca do tema Bem Estar com o despertar dos sentidos. Deste modo foram trabalhados com várias dinâmicas, desenvolvida entre três grupos: a visão, com jogo dos 7 erros; a audição, com a brincadeira “Qual é a música?”; o tato e o olfato com a identificação e reconhecimentos de objetos. O primeiro dia foi marcado por muita descontração, entregas de brindes e reflexões a cerca da importância do cuidado pessoal e da promoção do bem estar.
 
O segundo dia seguiu com a mesma animação e disposição das mulheres que atentamente participaram da oficina de pintura em tecido com a técnica Craquelê ministrada pelos trabalhadores sociais. As mulheres presentes ficaram animadas com a facilidade que a técnica oferecia e com resultado artístico obtido com a esta.
 
  
Na quarta-feira (24), aconteceu a exposição e amostra com venda de roupas, objetos e produtos adquiridos por mulheres do grupo Renascer. O evento tinha por objetivo viabilizar a confecção da primeira camisa do grupo. Este evento inicia, para o Renascer, uma nova forma de ter uma renda própria para o grupo.

 

 
  
Para encerrar as atividades da semana foi ministrada para as mulheres uma oficina de Dança do Ventre, na sexta-feira (26) com a facilitadora Niejla Brito que além de ensinar passos e  técnicas da dança trabalhou com as mulheres questões de auto-estima, superação e qualidade de vida.    









terça-feira, 23 de julho de 2013

Grupo Mobilização e luta: o processo continua




 Na sede da Unidade Força Feminina, a luta pela conquista da moradia continua e junto dela espaço de mobilização e luta. Este espaço é composto por mulheres que estão na luta pela sua moradia. Esta luta, no entanto, mostra que existem outras lutas: por educação, saúde, lazer, trabalho. 
Nesta dança de articulação e empoderamento as mulheres vêm se reunindo e refletindo diversos temas: discriminação, direitos das mulheres, gênero, cidadania. A cada encontro o grupo cresce com o objetivo de conquistar a moradia, mas também com o intuito de se organizar politicamente.







No encontro que ocorreu no ultimo dia 19/07 as mulheres retomaram o nome dado ao grupo, discutiram sobre seu significado e levantaram outras propostas de temas a serem refletidos no grupo. Segundo as mulheres, mobilização e luta significa:
 
“Mobilização é todas nunca perder a esperança de lutar por seus direitos de cidadãs que a sociedade só sabe discriminar, mas somos mulheres guerreiras” ou ainda: “Luta é alcançar uma coisa que você quer ter, uma casa, estar ao lado de sua família unida. É ter uma vida melhor”.



O desejo apresentado pelas mulheres é o desejo de toda cidadão. Alias é muito mais que um desejo, é um direito a ser conquistado. Por isso exige: Mobilização e luta. Neste sentido entoamos junto com uma das mulheres: “Nós temos que lutar pelos nossos direitos objetivo para que nossos filhos tenham uma vida melhor”.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

A MORTE E OS MENDIGOS

 
Leitura de fatos violentos publicados na mídia
Ano 13, nº 08, 31/05/2013 

De volta a 13 de dezembro de 2012. A Rádio Jornal 820 AM noticia: “Goiânia soma 11 mortes de moradores de rua em 38 dias”. O primeiro parágrafo da matéria é iniciado com a lista de oito nomes de vítimas e com a informação de que três dos 11 mortos não foram identificados.
 
Michel tinha como apelido Rondônia, nome do seu estado natal, “foi encontrado morto na porta de uma clínica”. Ao vê-lo no chão, um médico quis acordá-lo, porém não era mais uma manhã igual às outras, ele foi o décimo primeiro morador de rua que foi morto em pouco mais de um mês (38 dias) na cidade de Goiânia.
Um delegado da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídio informou que a vítima era usuária de crack “e, possivelmente, foi assassinado com um golpe de objeto contundente na cabeça, ou seja, uma paulada”. Esta suposição do delegado é anterior ao laudo do Instituto Médico Legal.
Para o delegado, estas vítimas não são moradores de rua comuns, elas se distinguem por serem usuárias de entorpecentes. Segundo ele, as mortes estão relacionadas com os conflitos entre usuários. Não considera, portanto, que exista “um grupo de extermínio para matar moradores de rua. As mortes são geralmente a paulada, facada ou pedrada, o que o indica que o autor estava próximo e é conhecido da vítima”. 
Em 18 de dezembro de 2012, entre as manchetes da edição do SBT Manhã, tem-se: “Número de moradores de rua mortos em Goiânia chega a 14”. Desta vez, de acordo com a polícia, a vítima foi ferida na barriga por tiros de arma de calibre 9 mm, de uso restrito da polícia. Suspeita-se de crime de execução.
Em meados de abril de 2013, o assunto já havia adquirido repercussão através de várias mídias de alcance em todo o País. No dia 15, é noticiada a morte de número 28, pelo Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão: “Mais um morador de rua foi assassinado em Goiânia – o 28º desde agosto”. No dia seguinte, o “bordão” é acrescido de “mais um” e “mais um”. E é chegada a trigésima vítima que também morrera no dia 15 e foi alvo de notícias em 16 de abril.
O caráter contábil das mortes e a insistência das autoridades policiais do Estado de Goiás em relacioná-las ao tráfico de drogas antes mesmo de averiguações mais consistentes sugerem, de modo indireto, um valor negativo mais profundo para as vítimas. De um modo geral, os moradores de rua são duramente estigmatizados, dando-se a impressão de que representa o último grau possível de estigmatização, entretanto, a mortandade em Goiânia abriu espaço para um tipo de morador de rua ainda mais desqualificado: o morador de rua envolvido com o tráfico.
Parece que estes sujeitos, em 12 de agosto de 2012, se reuniram em assembleia e decidiram se matar entre si. É como se tivessem deliberado pela antecipação da terceira guerra mundial no que tange à sua comunidade. Para caracterizar o conflito, definiram que usariam como armas: facas, porretes, pedras, ou objetos que evidenciassem que a ação violenta foi praticada por uma pessoa que estivesse próxima da vítima. Mas não, não pode ser esta a interpretação dos acontecimentos, afinal, de acordo com a opinião do delegado, “os crimes não têm relação uns com os outros”.
A tese policial, ao que parece, aposta em uma grande coincidência. E, de repente, cada morador de rua por seu lado, decidiu matar um colega. A tese da coincidência contribui para que seja superada a impressão de que há uma onda orquestrada de violência contra moradores de rua e, com isso, o problema ganha feição de “coisa deles”, eles que seriam os piores entre os piores. A pior seleção de seres humanos estaria se auto-exterminando, de modo incontrolável, cabendo à ordem pública fazer o exercício contábil e rotular as vítimas de qualificações compatíveis, de acordo com a moral hodierna, com as suas mortes e livrar todas as outras instâncias possíveis de qualquer suspeição.

Com esta espécie de salvo-conduto geral, segue o medo dos moradores de rua, o pavor de corresponder a “mais um mendigo morto em Goiânia”, ampliando o número e sem fechar a conta.