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quarta-feira, 21 de agosto de 2019
terça-feira, 20 de agosto de 2019
Cirandas Prceiras
O Encontro do Cirandas Parceiras é uma atividade
que integra o projeto de sensibilização social da Unidade Força Feminina da
Rede Oblata. Visa expandir o conhecimento público acerca da realidade das
mulheres que exercem a prostituição sensibilizando a rede de atendimento, para
qualificar e ampliar o processo de garantia de direitos das mulheres.
Atualmente a atividade de Cirandas Parceiras, além
de alcançar a rede de enfrentamento, incorporou também a seu público, à
sociedade civil.
Em 2019 o Encontro está de formato diferente, as
palestras estão ocorrendo nas sedes dos nossos parceiros.
Agora é no Casarão da Diversidade!!!!!!!!!!!!
Data: 12/09/2019
– 14h
Local: Casarão
da Diversidade – Centro Histórico do Salvador
Endereço: Rua
do Tijolo, 8 - Centro, Salvador - BA, 40020-290.
PALESTRANTES:
Keila Simpson - PresidenTRA da
Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais). Coordena o espaço de
Sociabilidade e Convivência do Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBT da
Bahia.
Symmy Larrat -
PresidenTRA da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis,
Transexuais e Intersexos (ABGLT). Coordenadora da rede de enfrentamento a
violência contra LGBT.
Temas Trabalhados pelas palestrantes:
Symmy: Direitos Humanos e Políticas Públicas para a
População LGBT
Keyla: Mulheres Transsexuais e Travestis em
situação de Prostituição
FAÇA JÁ SUA INSCRIÇÃO!
sexta-feira, 16 de agosto de 2019
As Mulheres Negras na Encruzilhada das Opressões
Por Iracema Oliveira
Feminismo Negro no mundo
O
Feminismo Negro ressurge enquanto luta organizada entre as décadas de 1960 e
1980, marcado especialmente pela criação da National Black FeministOrganization (1973), nos Estados Unidos. Esta organização
possuía o objetivo de discutir questões relevantes a sobre a vida das mulheres
negras.
O
movimento de mulheres negras se debruça e reflete sobre o lugar das mulheres
negras na encruzilhada das opressões[i].A
proposição desta luta e resistência organizada era (e sempre será!) pensar os
efeitosdo intercruzamento de opressões e violências em suas vidas.
O
Feminismo Negro para além das
lutas de mulheres negras,
possuem sensibilidade para acolher e lutar por todas as minorias que estão em
processo de exclusão. Desde o discurso proferido por SojonerTrut[ii]na Women’sRightsConvention em Akron, Ohio, Estados Unidos, em 1851 as
mulheres negras explicitaram para o mundo a consciência que já tinham sobre a
sua condição de não lugar e injustiça.
As
mulheres negras perceberam (sabiamente) a tempos que organizações feministas
não acolhiam as especificidades de suas pautas. Entenderamtambém quea luta
antirracista não tratava com a devidaimportânciaas pautas feministas.Observando
essas incongruências dos dois movimentos citados as mulheres negras se
reorganizam e pautam as suas próprias demandas. Gerando agendas internacionais
de mobilização e lutas.
Ainda
sobre a esteira do movimento,nadécada de 90, durante o 1º Encontro da Rede de Mulheres Negras
Afro-latina e Caribenha em Santo Domingo –naRepublica Dominicana – nasce o Dia da Mulher Negra Latino Americana e
Caribenha (1992). Fato que irá reacender e fortalecer o movimento de mulheres
negras.
Ø Sugestões
intelectuais negras decoloniais: KimberleCrenshaw,
PatriciaHillColins, AngelaDavis e bellhooks.
Sobre Feminismo Negro no Brasil:
Já
no Brasil, o movimento ganhou força no final dos anos 1970. Apesar das mulheres
naquela época já terem o direito ao voto (conquistado desde de fevereiro de
1932), as negras, em
específico, se sentiam deslocadas dos movimentosfeministas e antiracista.
Fatores como a hipersexualização do corpo feminino negro, machismo, sexismo e
racismo em diversas estruturas e também os reflexos do processo de escravização
influenciaram diretamente manutenção daresistência e luta por um país mais
justo e equitativo. Desta articulação e resistência resulta aLei nº
12.987/2014, que sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, institui o Dia Nacional de Tereza de
Benguela e da Mulher Negra.
O
dia 25 de Julho em Salvador desde 2013 é fortalecidopela agenda do Julho das Pretas, que promove uma série
de atividade durante todos o mês e se estende até o mês de agosto. A agenda do
Julho das Pretas na Bahia é articulada pelo Odara - Instituto da Mulher Negra
com apoio de outras organizações baianas.
Ø Sugestões
intelectuais negras decolonias: Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro, Jurema Verneck,
Carla Akotirene, Djamilia Ribeiro e Joice Berth.
Mulheres
negras e dados estatístico:
Será que
realmente a vida das mulheres negras no nosso país anda tão difícil? Os dados
apresentados abaixo refletem a realidade das mulheres negras em nosso país na
atualidade:
- Em violência doméstica são: 58,68%; (Disque 180, a Central de Atendimento à
Mulher)
- Em violência obstétrica são: 65,4%; (Fiocruz)
- Em mortalidade materna são: (53,6%);(Ministério da Saúde)
- Em 2015, 88,7% das(os) trabalhadoras(es) domésticas(os) entre 10 e 17 anos no Brasil eram meninas e 71% eram negras (PNAD Contínua Trimestral do IBGE)
- No trabalho informal são 52%; (IBGE)
- 01 mulher é morta a cada 1h30min;(IPEA)
- São 61% das mulheres assassinadas; (Atlas da Violência 2019 - IPEA)
- Dos
513 parlamentares, 52 são mulheres, sendo 07 mulheres negras (menos de
01%); (IBGE)
Os
dados nos permitem inferir que as mulheres negras são:
- as
mais pauperizadas;
- as
que tem menos acesso aos diretos básicos (saúde e educação de qualidade,
moradia digna);
- as
que tem pouca (quase nenhuma) mobilidade social;
- as
que ocupam os piores postos de trabalho;
- as
mais vulnerabilizadas, oprimidas e exploradas;
Força Feminina e as mulheres atendidas
A Rede Oblata é um organismo mobilizador que atende e acompanha mulheres prostitutas que são de maioria mulheres negras, respeitando as escolhas e os direitos das profissionais, não podemos deixar de ratificar que o exercício da prostituição (nesta encruzilhada de opressões) agrava, ainda mais, as situações de violações de direitos vivenciada por nossas atendidas.
O projeto aqui em
Salvador atende anualmente cerca de 420 mulheres que, em sua maioria,
apresentam baixo grau de escolaridade. Segundo pesquisa diagnóstica realizada
pelo Projeto Força Feminina em 2007, 80% das mulheres atendidas são negras e
cerca de 70% possuem o ensino fundamental incompleto, o que por sua vez,
inviabiliza maiores possibilidades de superação de violação e acesso a inclusão
social. São mulheres provindas de famílias pauperizadas, marcada por conflitos
familiares, pobreza e fome, 58% delas sustentam suas casas e tem na
prostituição a única fonte de renda familiar. 12 anos se passaram e a realidade,
a estatística só aumenta.
Estratégias de enfrentamento (muitas
perguntas!):
Observando os
dados apresentados acima podemos ratificar a importância de pensarmos nos
desafios enfrentados pelas mulheres negras em nosso país? Quais seriam as
estratégias mais eficazes para enfrentarmos esta situação desastrosa? Apontamos
como caminhos de resistência ações de educação e sensibilização que discutamcom
as mulheres como as violências se manifestam e apresentamos formas de buscar a
garantia de seusdireitos. Acreditamos ser estratégico dialogarmos sobre as
variadas formas de opressão de gênero.
Os dados
citados que tratam da vida das mulheres, sobretudo as mulheres negras são estarrecedores.
A sociedade brasileira (enfatizamos, não somente o movimento de mulheres
negras) precisa se debruçar sobre a situação evidenciada nos dados estatísticos.
Não será possível resolver a questão das desigualdades sociais, o racismo, o
sexismo, a violência de gênero, a lgbtfobia, a violência contra mulher,
encarceramento em massa, extermínio da juventude negra sem pensar na melhoria
da qualidade de vida das mulheres negras em nosso país. O entendimento de Ângela
Davis proferido no encontro internacional sobre feminismo negro decolonial em
Cachoeira (2017):
“Quando a mulher negra se movimenta, toda a
estrutura da sociedade se movimenta com ela, porque tudo é desestabilizado a
partir da base da pirâmide social onde se encontram as mulheres negras, muda-se
a base do capitalismo".
traduz
nosso sentimento e desejo de continuar disseminado a ideia de autocuidado,
resiliência, empatia e sororidade e sobretudo união para resolvermos esta
mazela que vem perdurando neste país desde os tempos das “invasões”
portuguesas.
Por
entender que a luta das mulheres negras é uma luta do povo brasileiro o Projeto
Força Feminina participou de várias ações da Agenda do Julho das Pretas em
Salvador:
- Mediando a roda de bate papo sobre
Mulheres Negras: Representatividade e Liderança Roda de Conversa CRAS Nordeste 18/07
- Mediando a roda de bate papo sobre
Mulheres Negras: Representatividade e Liderança Roda de Conversa CRAS São
Cristovão 25/07
- Mediando a roda de bate papo sobre
Mulheres Negras: Representatividade e Liderança Roda de Conversa CRAS Calabetão
26/07
- Mediando a roda de bate papo sobre
Mulheres Negras: Representatividade e Liderança Roda de Conversa CRAS Lobato no
dia 31/07
- Marcha de Mulheres Negras(Julho das
Pretas e Instituto Odara)
- Seminário Educação Popular: debatendo e
fortalecendo no dia 06/07 (EQUIP)
- Seminário Mulheres, política e poder:
Construindo redes e garantindo Direitos no dia 06/07 (MUPPS)
- Seminário: Educadoras na diáspora
africana – fé e lei 10.639/03 no dia 24/07 (CUXI)
- Seminário de Biopolíticas de Mulheres
Negras – Práticas e Experiências contra racismo e o sexismo nos dias 25 e 26 deJulho
(MPBA)
Na Unidade Força Feminina todo mês de julho foram
desenvolvidas ações para mulheres atendidas a partir do eixo temático
pré-estabelecido, como:
- Rodas de conversa sobre a importância da
origem do dia da Mulher Negra, Latino–Americana e Caribenha e representações de
mulheres negras no Brasil;
- Contribuição da Empresa Óleos da Mi
sobre empoderamento Crespo;
- Exibição do documentário: “Virou o jogo:
A história de Pintadas”;
- Oficina de cartazes para a Marcha das
Mulheres;
- Momento de Espiritualidade refletindo a
luta diária das mulheres negras na atualidade;
- Nas abordagens sociais (visita aos
locais de prostituição) foi lembrada e refletida a data de 25 de julho.
As mulheres
visualizarem esse mês de luta tornou o espaço de aprendizagem ainda mais rico.
Elas, participaram ativamente das atividades propostas trazendo seus
entendimentos acerca da temática e contribuindo para o crescimento da luta que
ainda percorrerá um longo caminho.
“Eles combinaram de nos matar, mas nós combinamos de não morrer!”
Conceição Evaristo
Nós continuaremos em marcha!
Referencias
ü E
não sou uma mulher? – SojournerTruth - https://www.geledes.org.br/e-nao-sou-uma-mulher-sojourner-truth/
ü
“Mulheres,
raça e classe”: o que Angela Davis nos tem a dizer sobre Direito-
http://www.justificando.com/2019/05/23/mulheres-raca-e-classe-o-que-angela-davis-nos-tem-a-dizer-sobre-direito/
ü
Angela Davis: “Quando a mulher negra se
movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela” - https://brasil.elpais.com/brasil/2017/07/27/politica/1501114503_610956.html
ü
Mulheres negras se mobilizam para
ampliar presença na política: http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2018-07/mulheres-negras-se-mobilizam-para-ampliar-presenca-na-politica
ü
Dossie Mulheres Negras Ipea: https://www.mdh.gov.br/biblioteca/igualdade-racial/dossie-mulheres-negras-retrato-das-condicoes-de-vida-das-mulheres-negras-no-brasil
ü
Dialogando com KimberleCrenshaw (ou:
porque falar de interseccionalidades nos limita):
ü Mulheres
negras são as maiores vítimas de feminicídio no Brasil
ü Desemprego
avançou mais rápido entre as mulheres negras no Brasil: https://www.dci.com.br/economia/desemprego-avancou-mais-rapido-entre-as-mulheres-negras-no-brasil-1.689066/3.296650
ü
Mulheres negras se mobilizam para ampliar presença na política
ü Uma
vítima a cada uma hora e meia: feminícidio é um dos grandes problemas do
Brasil: https://gauchazh.clicrbs.com.br/donna/noticia/2017/01/uma-vitima-a-cada-uma-hora-e-meia-feminicidio-e-um-dos-grandes-problemas-do-brasil-cjpjyx5zj001pvvcnbkyt8du9.html
ü Dois
terços das mulheres assassinadas no Brasil são negras. Por que elas morrem
mais?
ü Akotirene, Carla. O Que é Interseccionalidade?
São Paulo (SP): Sueli Carneiro: Polen. 2019. (Coleção: Feminismos Plurais)
ü Lisboa,
Gilmara Santos. Narrativas Das Mulheres
Em Situação De Prostituição Do Centro Histórico De Salvador: Reflexões Sobre
Gênero, Raça E Classe. Revista Feminismos. Vol6. Nº2. 2018.
ü RIBEIRO,
Djamila. O que é lugar de fala? São
paulo (SP): Sueli Carneiro: Polen. 2019. (Coleção: Feminismos Plurais)
ü RIBEIRO, Djamila. Quem tem medo do feminismo negro? São
Paulo: Companhia das Letras, 2018.
[…]
o peso combinado das estruturas de raça e das estruturas de gênero marginaliza
as mulheres que estão na base. As discriminações racial e de gênero procuram
por mulheres na intersecção e as compactam e impactam diretamente. Portanto, as
mulheres negras são afetadas, de maneira específica, pela combinação destas
duas formas diferentes de discriminação (CRENSHAW, 2002, p. 12-13) apud LISBOA.
2018) .
[ii] SojounerTruth nasceu
escrava em Nova Iorque, sob o nome de Isabella Van Wagenen, em 1797, foi
tornada livre em 1787, em função da NorthwestOrdinance, que aboliu a escravidão
nos Territórios do Norte dos Estados Unidos (ao norte do rio Ohio). A
escravidão nos Estados Unidos, entretanto, só foi abolida nacionalmente em
1865, apos a sangrenta guerra entre os estados do Norte e do Sul, conhecida
como Guerra da Secessão. Sojourner viveu alguns anos com um família Quaker,
onde recebeu alguma educação formal. Tornou-se uma pregadora pentecostal, ativa
abolicionista e defensora dos direitos das mulheres. Em 1843 mudou seu nome
para SojournerTruth (Peregrina da Verdade). Na ocasião do discurso já era uma
pessoa notória e tinha 54 anos. A versão mais conhecida foi recolhida pela
abolicionista e feminista branca Frances Gage e publicada em 1863, essa é a
versão traduzida aqui a partir de diversas fontes online.
sexta-feira, 9 de agosto de 2019
NARRATIVAS DAS MULHERES EM SITUAÇÃO DE PROSTITUIÇÃO DO CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR
Reflexões sobre prostituição, gênero, raça e classe
Texto de Gilmara Lisboa Santos, Assistente Social, Mestra e Doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Gênero, Mulheres e Feminismos, (PPGNEIM/UFBA) e ex-colaboradora do Projeto Força Feminina.
quarta-feira, 7 de agosto de 2019
#nosapoiamosessacausa
O Agosto Lilás esse ano pauta os 13 anos da Lei Maria da Penha, e chama a atenção para os primeiros sinais da violência, que podem se manifestar de diversas formas, como por exemplo: se ele te proibir de visitar a família ou de sair com as amigas; se ele te humilha; te constrange em público ou te rebaixa usando ofensas; esconde seu documentos, tudo isso também são formas de violência.
quinta-feira, 1 de agosto de 2019
Coração Azul
O que é a campanha Coração Azul?
Uma iniciativa de conscientização para lutar contra o tráfico de pessoas e seu impacto na sociedade.
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A campanha Coração Azul busca encorajar a participação em massa e servir de inspiração para medidas que ajudem a acabar com o tráfico de pessoas.
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A campanha permite que todas as pessoas demonstrem sua solidariedade com as vítimas do tráfico de pessoas, usando o Coração Azul.
E o Coração Azul?
O Coração Azul representa a tristeza das vítimas do tráfico de pessoas e nos lembra da insensibilidade daqueles que compram e vendem outros seres humanos. O uso da cor azul das Nações Unidas também demonstra o compromisso da Organização com a luta contra esse crime que atenta contra a dignidade humana.
Da mesma forma que a fita vermelha se tornou o símbolo internacional da conscientização sobre o HIV/aids, esta campanha busca fazer do Coração Azul o símbolo internacional da luta contra o tráfico de pessoas. "Vestindo" o Coração Azul, você ajuda a conscientizar sobre o tráfico de pessoas e adere à campanha para lutar contra esse crime.
Fonte: UNODC. ORG
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