quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Carnaval Social 2019 – “O Dia”.



Foi dada a largada para a folia momesca! O Projeto Força Feminina – Unidade da Rede Oblata - e parceiros realizaram no dia 26 de fevereiro a 7ª edição do Carnaval Social 2019 com o tema: “O Sucateamento das Políticas Públicas”.

O Bloco dos Invisíveis nasce da necessidade de dar voz e vez aos usuárixs dos serviços da Rede de enfrentamento à violação de direitos e sensibilizar a sociedade na busca por justiça social.  

No início da tarde, na Praça Municipal de Salvador, em frente ao Elevador Lacerda deu-se início à concentração ao som dos tambores do Projeto Axé (parceiro de todas as edições do Carnaval Social).  Música, dança, capoeira, poesia, bonecões, palhaços e animadores fizeram parte do nosso cotejo que seguia rasgando as ruas, becos e vielas do Centro Histórico de Salvador rumo ao Largo Quincas Berro D’ Água.

 Um grande encontro aconteceu na culminância do evento. Diversas apresentações artísticas como Banda e balé do Projeto Axé, as cantoras Rebeca Tárique e Mirna, além do coral do CAPS fizeram uma grande folia, integrando em perfeita harmonia nossas bandeiras e lutas.

Agradecemos a todos os parceiros envolvidos e reafirmamos o nosso compromisso com o Carnaval Social 2020 e o Bloco dos Invisíveis - até a próxima!  AXÉ.


CAPS ad Gregório de Matos, CRAS Barroquinha, SJCDHDS (Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico), TJBA – Coordenadoria da Mulher, ASA, Coletivo GINA, ABADFAL, 19º Centro de Saúde, USF Terreiro de Jesus, CCIDP, CRDH, Comissão da Mulher, Rádio Excelsior, IVECAN, Projeto Axé, Consultório de Rua, RENFA, Casarão da Diversidade, GAPA, PLAN Brasil, Rede Um Grito pela Vida, MOVPOP, SECULT, GS Som (Sr. Getúlio), SINDAE, SINJUD, Rebeca Tárique, Mirna, Defensoria Pública, Centro de Promoção e Defesa LGBT (BA)


GALERIA DE FOTOS - CARNAVAL SOCIAL 2019:
DA CONCENTRAÇÃO À CULMINÂNCIA


























GRATIDÃO!

Projeto Força Feminina na Campanha da Fraternidade 2019



A equipe do Projeto Força Feminina – Rede Oblata - participou no dia 24 de fevereiro do lançamento da Campanha da Fraternidade 2019 cujo tema é Fraternidade e Políticas Públicas: ” Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1, 27). O evento foi realizado no Auditório da Ação Social Arquidiocesana - ASA. A temática apresentada na campanha foi de suma importância para o cenário contemporâneo do nosso país e permeou todas as discussões durante o evento.

Utilizando a metodologia Ver, Agir e Julgar as/os palestrantes: Cátia Cardoso, José Silvino e Pe. José Antônio Pecchia discutiram e estimularam reflexões sobre Políticas Públicas na atual conjuntura. 


Lançando mão de oficinas temáticas, foi apresentado pelos grupos operativos os atos concretos (resultados das oficinas), seguindo o método “Agir”. A plenária foi um momento de integração muito rico e proveitoso.  Os grupos compartilharam as proposições de atuação que poderão nortear e sensibilizar cada comunidade sobre a importância da fiscalização e monitoramento das Políticas Públicas e promoção do bem viver. 


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Ensaio Geral - Carnaval Social 2019



Já é carnaval, Cidade!


No último dia 20 de fevereiro foi realizado nas ruas e vielas do Centro Histórico de Salvador o ensaio geral do nosso Carnaval Social 2019. Atrações artísticas como Banda Percussiva - Projeto Axé (parceiro presente desde o primeiro Carnaval Social), Rebeca Tárique (cantora e militante do movimento de mulheres negras, figura tarimbada no cenário cultural de Salvador) e Mirna (jovem cantora revelação).

Neste grandioso encontro tivemos o prazer de presenciar arte em pura ebulição. Conexão é palavra! Assistimos nesse dia a combinação de responsabilidade social, militância, juventude e boa música.

Agradecemos a todos os artistas envolvidos e esperamos por todxs vocês no Bloco dos Invisíveis – Carnaval Social 2019.


 






quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Semana Pedagógica PFF 2019



O Projeto Força Feminina – Unidade da Rede Oblata – realizou sua semana pedagógica no período de 11 a 17 de fevereiro de 2019. Essa formação destinou-se aos profissionais que atuam no atendimento (direto ou indireto) às mulheres em situação de prostituição e teve por finalidade embasar, fortalecer e reafirma a importância da formação continuada na qualidade do atendimento oferecido.


 Na manhã do dia 11 de fevereiro tivemos a formação proposta pela Doutoranda em Educação pela Universidade Estadual da Bahia - Fernanda Priscila Alves da Silva que nos guiou pelo tema: "A relação entre os movimentos feministas e o movimento de prostitutas". Neste encontro nos foi permitido correlacionar e contrapor a história dos movimentos feministas com a luta por direitos dos movimentos de prostitutas espalhados pelo mundo.

     No dia 12 de fevereiro tivemos a psicóloga Maria Auxiliadora Alves - Coordenadora do Centro de Atendimento à Mulher Soteropolitana. Nessa oportunidade foi apresentado o serviço prestado pelo município de Salvador às mulheres vítimas de violência.

Na quarta-feira pela manhã demos continuidade a nossa semana pedagógica com o assessoramento da Irmã Lena Ferreira e a apresentação do belíssimo Projeto Levanta-te e anda que trabalhou o tema: "População de Rua: Violação, possibilidades e garantia de direitos". Neste dia destacamos a participação de Evanuel - usuário do serviço - que compartilhou conosco a sua história de superação e a importância do Projeto Levanta-te e anda nessa caminhada.


     Durante a tarde do dia 13 de fevereiro recebemos na Unidade do Força Feminina o Centro de Convivência Irmã Dulce dos Pobres representado pela enfermeira Fernanda Aragão e a técnica de enfermagem e redutora de danos Itaiane, elas nos trouxeram o tema: "Redução de Danos: Da Prática de Saúde à Política Pública". Nesse dia fomos provocadas a pensar sobre o lugar das substâncias psicoativas na vida de cada indivíduo, levando em consideração história pessoais e subjetividades.
A Dra. Jeane Tavares - Professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia esteve conosco no dia 14 de fevereiro apresentando o tema: “Saúde Mental da Mulher". Esse discursão nos permitiu refletir sobre o processo de construção social machista, racista e perverso que oprime, adoece e mata mulheres ao longo da história.

No dia 15 de fevereiro a estudante de psicologia e voluntária do Projeto Força Feminina Maeli Arali realizou a exposição dos resultados do seu TCC: "Oficinas terapêuticas com mulheres em situação de prostituição: diálogos sobre saúde mental, gênero, raça e etnia".  Foi apresentado o percurso, metodologia e resultados dos encontros realizados com às mulheres assistidas pelo PFF durante o ano de 2018.

Encerramos com chave de ouro a nossa semana pedagógica 2019 com a participação da Irmã Maria Helena Braga da Silva com o tema: "Espiritualidade e Missão Oblata". Tivemos o privilégio de adentrar na história de vida dos nossos fundadores (Padre Serra e Madre Antônia), entender a construção da nossa missão, desfrutar e conhecer as características da espiritualidade Oblata.




Agradecemos a todas as pessoas envolvidas nesse rico processo de ensino-aprendizagem. E desejamos - do fundo dos nossos corações, mentes e almas - termos contribuído na construção de um embasamento teórico-prático mais sólido e na compreensão dessa realidade tão complexa e sofrida.


Gratidão.

Justiça Social



 Justiça social é uma construção moral e política baseada na igualdade de direitos e na solidariedade coletiva. Em termos de desenvolvimento, a justiça social é vista como o cruzamento entre o pilar econômico e o pilar social.”

O Conceito de justiça social nos remete diretamente às situações de desigualdade e violação de direitos que vivenciamos diariamente. Refere-se à busca pelo equilíbrio das partes, através das políticas públicas de proteção aos mais vulneráveis.

A busca pela justiça social passa pela garantia de direitos e igualdade de raça, gênero, orientação sexual, credo, etnia e outros. A efetiva justiça social integra povos, protege grupos tradicionais, acolhe refugiados e promove o respeito a todas as diferenças.




JUSTIÇA SOCIAL JÁ!



terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Educação sexual para que as meninas possam sonhar

Fornecer as informações necessárias para evitar a gravidez é uma maneira poderosa para garantir alternativas diferentes da maternidade



Somos duas mulheres latinas. Nossos países eram governados por ditaduras militares quando éramos meninas. Cada uma viveu de maneira particular o segredo e o horror do poder militar na Argentina e no Brasil. Sonhávamos com livros e independência. Nossos planos de futuro variavam com a idade; em comum, idealizávamos um futuro trabalho fora de casa, diferente de nossas avós que eram integralmente cuidadoras. Ter filhos era como um fato natural para o futuro, mas distante para quem imaginava a idade de 30 anos como velhice. Nenhuma das duas viveu o fantasma da violência sexual ou da gravidez forçada na infância. As histórias de meninas grávidas eram de outras muito distantes de nossas vidas na escola ou na família. Eram histórias de meninas pobres, negras ou camponesas, de famílias trabalhadoras rurais.
Nós estávamos erradas. Vivemos na região do mundo com a segunda maior taxa de gravidez na adolescência. A América Latina e o Caribe são as regiões onde a maternidade entre meninas com menos de 15 anos de idade mais cresce no mundo. São mais de 2 milhões de meninas, todos os anos, que se transformam em cuidadoras, abandonam a escola, interrompem outros sonhos, exceto os da maternidade ou do casamento. O rosto dessas meninas não é o mesmo de nossas filhas ou sobrinhas — nós somos o rosto do privilégio entre as mulheres da região, duas latinas brancas, filhas de mães com ensino superior. Se não conhecíamos as histórias das meninas grávidas, é porque vivíamos longe das situações de grave risco que resultam em uma gravidez.
Como mulheres que temos dedicado nossas vidas a defender os direitos de meninas e mulheres, agora conhecemos essas histórias. A complexidade do tema é imensa e há até mesmo cientistas sociais que argumentam que as altas taxas de gravidez na adolescência são resultado do desejo pela maternidade entre as meninas, enquanto outros fantasiam sobre a abstinência para escapar do fato de que meninas pré-adolescentes têm sexualidade. Ambas as teorias estão erradas. Meninas que buscam a maternidade precoce nem sempre conhecem outros projetos de vida por condições de sua classe e sua cor, e os defensores da abstinência ignoram o fato de que o silêncio é cúmplice da exploração. Uma coisa é certa: a educação sexual, se bem feita, oferece informações precisas às meninas, as protege do risco de violência sexual e amplia suas possibilidades de escolha. Ainda assim, muitos países da região, incluindo o Brasil, propõem eliminar educação sexual das escolas.
Uma grande parte das meninas que engravidam não retornam à escola: no Peru, 77% das meninas grávidas abandonarão a escola, na Guatemala, 88%. A mortalidade materna entre as meninas é quatro vezes maior do que entre as mulheres jovens. Quando uma menina engravida, os discursos sociais são extremos e focados no que fazer com a gravidez — por um lado, há os “moralistas” que se preocupam com a proibição do aborto, por outro lado, são eles os mesmos que se preocupam com a sexualização dos corpos. Depois do parto, as vozes se calam e a menina se torna uma mãe abandonada pela proteção social: deixa de ser cuidada para se tornar adulta responsável por si mesma e pelo filho. Isso aconteceu com adolescentes afetadas pela epidemia de zika no Brasil: três em cada quatro mulheres em Alagoas, o estado mais pobre do país e com a maior taxa de gravidez adolescente, foram mães na adolescência.
A gravidez na infância e adolescência provoca a pergunta de qual é o legado que buscamos para as meninas da região. Ao contrário de nosso passado, quando não havia métodos de planejamento familiar disponíveis e adequados para adolescentes, hoje eles existem. Basta chegar até as meninas de uma maneira apropriada à sua idade e capacidade de compreensão. Ignorar a centralidade da saúde sexual e reprodutiva é atravessar o futuro dessas meninas com uma sentença de abandono de longo prazo — nós somos a região mais perigosa para as mulheres no mundo, e, infelizmente, avançamos para as políticas educacionais que ignoram as necessidades de saúde reprodutiva para proteção do futuro das meninas.
Fornecer as informações necessárias para evitar a gravidez na adolescência é uma maneira poderosa para garantir que uma menina, como uma sobrevivente das desigualdades sociais da vida, tenha outras alternativas diferentes da maternidade. Os sonhos encontrados nos livros não devem pertencer exclusivamente às elites da nossa região.
Debora Diniz é brasileira, antropóloga, pesquisadora da Universidade de Brasília e da Universidade de Brown.
FONTE: EL PAÍS

Campanha da Fraternidade 2019 - Vamos refletir?


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