quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

DE CARA NOVA!


O Projeto Força Feminina está de blog novo

Estamos sempre trabalhando para melhorar a cada dia nossos canais de comunicação, por isso iniciamos o ano de "cara nova".

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quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Ainda sobre o Nosso Novembro Negro 2019....



No dia 21/11, o Projeto Força Feminina – Unidade da Rede Oblata em Salvador participou do evento do Dia da Consciência Negra no Espaço Viva Mulher em Feira de Santana (BA). Foi um reencontro ILUMINADO, repleto de boas vibrações, partilhas e saberes.









Agradecemos a todas as assistidas e equipe do Espaço Viva Mulher – FSA (BA) por nos acolheram com tanto carinho e respeito! Obrigada.


#redeoblatas
#projetoforcafeminina
#espacovivamulher
#novembronegro
#diadaconsciencianegra


quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Consciência Negra todos os meses do ano!


O Projeto Força Feminina - Rede Oblata Brasil esta na luta e no enfrentamento constante contra o racismo. 





“Numa sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser antirracista.”  Ângela Davis

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Cirandas Parceiras


O Encontro do Cirandas Parceiras é uma atividade que integra o projeto de sensibilização social da Unidade Força Feminina da Rede Oblata. Visa expandir o conhecimento público acerca da realidade das mulheres que exercem a prostituição sensibilizando a rede de atendimento, para qualificar e ampliar o processo de garantia de direitos das mulheres.
Atualmente a atividade de Cirandas Parceiras, além de alcançar a rede de enfrentamento, incorporou também a seu público, à sociedade civil.

DATA: 27 DE NOVEMBRO
HORÁRIO: 14 HORAS
LOCAL: Projeto Força Feminina
Rua Saldanha da Gama, n º19, 1º andar, Pelourinho, Salvador (BA)





Inscrições abertas!

Bora?!

Outubro Rosa no Projeto Força Feminina




Neste Outubro Rosa, mês internacional de conscientização do câncer de mama, colocar o tema em pauta é tão necessário quanto importante. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), este tipo de câncer é o que mais atinge as mulheres. Só em 2019, a incidência prevista é de 59.700 mulheres diagnosticadas, o que resulta em uma taxa de 51,29 casos a cada 100 mil.

Em sinergia com Outubro Rosa abraçamos o cuidado integral da Mulher, refletimos para além do Câncer de Mama, o cuidado com o corpo, a mente e alma. Mas também, aspectos socioculturais relacionados ao gênero como: vários tipos de violências, sexualidade, aleitamento materno e planejamento familiar que são temáticas discutidas no Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher, o PAISM - uma luta de anos para afirmar que pensar na mulher não é apenas refletir a saúde sexual e reprodutiva.

O PAISM modernizou o discurso oficial da saúde diagnosticando a realidade complexa da saúde das mulheres e alargando a oferta de ações de assistência com avançados princípios da autonomia decisória das mulheres e dos casais sobre sexualidade e maternidade. Para isso, incentivou as práticas educativas que passaram a integrar o elenco das ações oferecidas como rotina do cuidado à saúde com o objetivo de garantir maior participação das mulheres nas decisões e condutas diagnosticas e terapêuticas, além de incidir sobre as relações assimétricas de poder existentes entre profissionais de saúde e mulheres.” (Centro Brasileiro de Estudos de Saúde - 2013)

Durante todo mês o Projeto Força Feminina desenvolveu ações voltada para esse  cuidado integral, contando com a colaboração de parceiros da Rede, mas também participamos de eventos externos para sensibilização da causa.

Seguem:

- Semana Criativa: rodas de conversas, formações com o Posto de Saúde São Francisco, roda viva, espiritualidade refletindo sobre o cuidado com o corpo, pré-atendimentos no Cantinho da Beleza explanamos a importância de acesso a direitos à saúde.
- Participação no Programa Dedinho de Prosa com Heloísa Pires na Rádio Excelsior 
- Participação na 2ª Semana de Visibilidade da Mulher na Faculdade de Direito na UFBA com o tema: "P(a)uta em debate: Regulamentação, saúde e violência na prostituição"
- Aniversariantes do mês sobre o cuidado









segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Celebração do Santíssimo Redentor


“Abre de par em par as portas ao Redentor...”


"Fortes na fé, alegres na esperança fervorosas na caridade, inflamadas no zelo, humildes e sempre dadas à oração". Eis aí o rosto da família Redentorista, em poucas palavras, um ideal de vida, de onde nasce esse projeto? Nasce do seguimento do Cristo Redentor, cuja festa as Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor celebram no 3º domingo do mês de outubro.”

Nossa espiritualidade é enraizada em Cristo!

Jesus assumiu com responsabilidade a Missão que o Pai lhe deu: Anunciar o Reino ao mundo. E é Dele que nos vem a Salvação. Nós também como equipe do Projeto Força feminina somos chamadas e enviadas a anunciar a Boa notícia às Mulheres. Ser para elas sinal de esperança, fazer do Foça Feminina um Lugar Sagrado de Encontros.

É nessa sintonia que na última sexta-feira, 18 de outubro, a Unidade Salvador celebrou o Santíssimo Redentor, com uma missa presidida pelo Padre José Carlos. Juntos e Juntas, as mulheres, parceiros da Rede, equipe e irmãs Oblatas da Comunidade de Nossa Senhora de Guadalupe estivemos em comunhão para refletirmos a caminhada da Congregação e as ações desenvolvidas pelas equipes pastorais e de missão.

Nos enche de alegria ver a luz de Cristo brilhar em tantas vidas Redimidas, através de nosso Carisma e Missão, e muitas destas pessoas se tornaram promotoras e propagadoras da Redenção.

A perseverança da Família Oblata, faz com que realizemos a missão de amor de Nosso Jesus Redentor através da missão iniciada por nossos Fundadores: Madre Antônia e Padre Serra.

Nossa Gratidão à todas e todos que realizam esta missão conosco, e que bebem desta fonte de amor inesgotável.



sexta-feira, 11 de outubro de 2019

POLÍTICA NEOLIBERAL, TRÁFICO HUMANO E A INDÚSTRIA SEXUAL



Por Rose Cristiane Salvador

     Valores neoliberais, globalização, pornografia, tráfico de seres humanos para fins de prostituição, legalização e normatização com bases liberais de comércio e proteção ilusória para a prestação de serviços sexuais, assumem um discurso em que a pauta passa a ser sobre direito, liberdade e trabalho.

     Mas até que ponto isso é verdadeiro? É possível confiar na lógica neoliberal? Países como Suíça, Austrália, Nova Zelândia, Países Baixos legalizaram a prostituição em nome dessa “autonomia”. Onde o discurso dúbio e muitas vezes cínico da ideologia liberal de moralidade, lentamente foi cedendo espaço à formulação de uma ideia de “liberdade” - outrora negada. Mudança essa que se apóia no crescimento da indústria do sexo e sua demanda e na globalização neoliberal, fenômenos esses que se entrelaçam e que em muitos momentos se fortalecem.

     Não obstante, países que vivenciaram a experiência da regulamentação da prostituição comprovam o crescimento da indústria do sexo e por conseqüência o fortalecimento do tráfico de pessoas para fins de exploração sexual. A esse exemplo temos os índices dos Países Baixos: Em 1981 foram tabuladas 2500 pessoas prostituídas e traficadas, 10 mil em 1985, 20 mil em 1989 e 30 mil em 2001. Vale ressaltar que, 80% dessas pessoas em situação de prostituição vieram do exterior e que dentre estas, 70% não possuem documentação, características claras da ação dos traficantes de seres humanos.


Entende-se como tráfico de pessoas à captação, o transporte, a translado, a acolhimento ou recepção de pessoas, recorrendo à ameaça ao uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou de situação de vulnerabilidade ou à concessão ou recebimento de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra, para fins de exploração. Essa exploração incluirá no mínimo, a exploração da prostituição de outrem ou outra forma de exploração sexual, o trabalho ou serviços forçados, a escravatura ou práticas análogas à escravatura, a servidão ou extração de órgãos”.[1]


      Importante ressaltar que, estimava-se que a legalização da prostituição pudesse impedir ou reprimir a exploração sexual de menores. Triste engano. Pois, se percebeu que o número de menores explorados sexualmente passou de 4 mil em 1996 para 15 mil em 2001, dos quais 5 mil são de origem estrangeira e oriundas do tráfico. Apenas durante o primeiro ano da legalização da prostituição nos Países Baixos pode-se perceber um crescimento de 25% na indústria do sexo (POULIN, 2005) [2].

     O número de pessoas em situação de prostituição/exploração sexual, em sua grande maioria, é de mulheres e crianças de origem estrangeira e vítimas do tráfico pessoas - fenômeno mundial. Países como a Dinamarca exemplificam muito bem essa situação, de 1995 a 2005 o número de pessoas vitimas do tráfico foi multiplicada por dez. Na Austrália 90% das pessoas em situação de prostituição são estrangeiras, na Itália entre 67% e 80%, na Alemanha entre 75% e 85%.  Na Grécia estima-se que aproximadamente 20 mil pessoas por ano são vítimas de tráfico para fins de exploração sexual, tendo crescido mais de 300% em apenas dez anos.

     Entre os anos de 1990 e 2000 aproximadamente 77.500 jovens mulheres estrangeiras e em sua maioria menores, foram negociadas no mercado paralelo europeu por aproximadamente 500 euros cada, podendo ser renegociadas diversas vezes e revendida para inúmeros outros destinos/rotas. Vale ressaltar que, o lucro decorrente da exploração sexual dessas meninas é incomensurável. E que devido a essa extrema lucratividade, prolifera-se em larga escala uma gigantesca rede de tráfico de seres humanos. Estima-se que essa grande rede seja composta por bares, clubes noturnos, salões de massagens, saunas e etc. e que se apóiam nessa economia paralela grande redes de hotéis, companhias aéreas, taxistas, policiais corruptos e parte da indústria do turismo voltada para o comércio sexual. A Tailândia é um excelente exemplo para termos noção de até aonde vão os tentáculos dessa rede: em 1995, foi calculado que os lucros da prostituição na Tailândia constituem entre 59% e 60% do orçamento desse país. Ficando claro que seus próprios governantes se beneficiam dessa situação, visto que, em 1997 foi utilizada como promoção do turismo local a seguinte frase: “A única fruta da Tailândia mais deliciosa que o durian (fruto local) são as jovens mulheres” (POULIN, 2005)[3]. Destaca-se a relação análoga feita pelo atual presidente do Brasil (2019), que vergonhosamente estimulou a apologias a exploração sexual de meninas e mulheres brasileiras por parte dos turistas – ação misógina repudiada nacionalmente.


“O Brasil através de seu órgão responsável, a EMBRATUR – Empresa Brasileira de Turismo iniciou campanhas de propaganda tentando vender o País como um destino de turismo dos mais ricos no mundo. A propaganda utilizada pela EMBRATUR nos anos 70 e 80 enaltecia não só as belezas naturais, mais também a sexualidade da mulher brasileira, os cartazes de divulgação, folders, filmes publicitários e a participação em congressos mundiais de turismo, a participação da mulata e negra brasileira era presença certa, sempre vestida trajes sumários”. (ARAÚJO, 2003) [4]


     Faz-se imprescindível pontuar que as políticas governamentais compõem fator fundamental para coibir ou proliferar essa realidade.  A desordem social, pobreza, miséria, guerras e por conseqüência um alto índice de migrações em diversas regiões do hemisfério, muitas vezes favorecem a proliferação de atividades voltadas às mais variadas formas de tráfico e comercialização de seres humanos.
No caso do Brasil, as principais dificuldades encontradas no combate ao tráfico de pessoas são: a gigantesca extensão territorial; a longa extensão de fronteira seca, facilitando o trânsito entre países; o contingente ínfimo de policiais federais se comparados à extensão territorial brasileira.


“As políticas migratórias internacionais mostram uma tendência pouco esperançosa. A construção de barreiras nas fronteiras, tanto legislativas (Acordo de Schengen) quanto físicas (os muros nos EUA e em Israel...) e a criminalização dos migrantes favorecem sua vulnerabilidade, tanto os regulares, quanto os irregulares. A “lei do tráfico” ensina: Quanto mais rigorosas as leis de migração, mais floresce o tráfico de pessoas. Enquanto isso, a Convenção da ONU sobre a Proteção de todos os Trabalhadores Migrantes e seus Familiares não foi ratificada por nenhum dos principais países de destino de migração internacional”. (SNJ, 2008) [5]


     É vergonhoso perceber que o binômio mulher-corpo ainda continua enraizada no cotidiano e no senso comum da sociedade mundial que insiste em retroalimentar características machistas, racistas, escravocratas e exploratórias mesmo em pleno século XXI.

     Se faz necessário perceber que existe uma relação direta entre exploração sexual e tráfico de pessoas com o modelo de desenvolvimento econômico neoliberal. Deve-se observar que nesta linha teórica a assistência pública é mantida sempre a níveis mínimos. Onde teóricos neoliberais justificam essa não interferência do Estado, através do frágil argumento de que a promoção de uma assistência pública robusta poderia desestimular a participação do indivíduo no mercado de trabalho. Colocar o mercado acima do bem-estar social é garantir o fortalecimento da exploração de seres humanos e a precarização da sua força de trabalho, tornando o trabalhador cada vez mais vulnerável, especialmente as mulheres. É constituir o cenário perfeito para o desenvolvimento de uma prática exploratória de degradação humana sem precedentes, fortalecendo o capital em detrimento do SER.
  


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, Maria das N. R. Prostituição: Trabalho sexual ou escravidão sexual? In: Trabalho ou Escravidão Sexual? Lima, 2003.
Convenção das Nações Unidas Contra o Crime Organizado Transnacional e aprovado pelo Congresso Nacional Brasileiro, através do Senado Federal, por meio da resolução 231 de 29/05/03.
ESPINHEIRA, Gey. Transcrição de palestra proferida no Instituto da Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor – Projeto Força Feminina. 16 de outubro de 2002.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica.  4ª Ed. – São Paulo: Atlas, 2004.
MARX, Karl & ENGELS, Fredrich. O manifesto Comunista. São Paulo: Paz e Terra, 2000. 6ª edição.
MOTTA, Cândido. Prostituição, Polícia de Contumes, Lenocínio. Relatório apresentado ao Exmo. Dr. Chefe de Polícia, São Paulo, 1897.
NAVARRO, Tânia Swain.  Estudos Feministas. Revista Unimantes Científica. Vol.6, n 2. Brasil: dezembro 2004.
OAB – Bahia: Comissão de Proteção aos Direitos da Mulher. Campanha Publicitária (2019).
Organização Internacional do Trabalho: Cidadania, Direitos Humanos e Tráfico de Pessoas (Manual para Promotoras Legais Populares). Brasil, 2009.
POULIN, Richard. Quinze teses sobre o capitalismo e Sistema mundial de Prostituição. In: Caderno Sempre Viva. Desafios do Livre Mercado para o Feminismo. São Paulo: SOF. 2005.
SINGER, Paul. O Capitalismo: sua evolução, sua lógica e sua dinâmica. São Paulo, Moderna, 1987.
Zimmermann, Clóvis. O Princípio da desmercantilização nas Políticas Públicas. In: Caderno CRH, v. 22, n. 56, Salvador, Maio/agosto 2009.




[1] Convenção das Nações Unidas Contra o Crime Organizado Transnacional e aprovado pelo Congresso Nacional Brasileiro, através do Senado Federal, por meio da resolução 231 de 29/05/03.
[2] POULIN, Richard. Quinze teses sobre o capitalismo e Sistema mundial de Prostituição. In: Caderno Sempre Viva. Desafios do Livre Mercado para o Feminismo. São Paulo: SOF. 2005.
[3] POULIN, op. cit; 2005.
[4]  ARAÚJO, Maria das N. R. Prostituição: Trabalho sexual ou escravidão sexual? In: Trabalho ou Escravidão Sexual? Lima, 2003.
[5] Política Nacional de Combate ao Tráfico de Pessoas/Secretaria Nacional de Justiça. 2. Ed. Brasília: SNJ, 2008.