Na
Unidade Força Feminina, entre as várias atividades realizadas, acontece a Oficina
Roda Viva e o Cantinho da Beleza, dois espaços de acolhida com perspectivas
diferenciadas no que se refere à estratégia, mas uma consonância nos resultados
esperados: fortalecimento dos vínculos e possibilidade de mudança em aspectos
claros na vida das mulheres atendidas.
A Oficina Roda Viva é um espaço que proporciona
aprendizagem e diálogo, intercalando com atividades manuais na linha do
artesanato que permite que a mulher desenvolva ou aprimore suas capacidades.
A
dinâmica de aprendizagem utilizada é voltada para mulheres que tem afinidade e desejam
aprimorar a técnica. Durante
os dois últimos meses – abril e março, a Oficina aconteceu com a técnica do biscuit,
com aulas básicas da técnica. O biscuit é uma massa de fácil modelagem manual,
aceitando tingimento e pintura com diversos tipos de tintas e corantes. Com esta
técnica de artesanato é possível modelar diversas peças e fazer muitos enfeites.
Nessa
Oficina ensinamos como fazer imãs para geladeira em formas variadas como flores,
frutas e animais e decoração de garrafas de vidro, que podem ser utilizadas
como arranjos de mesas e estantes. Destaca-se a receptividade das mulheres que
fica evidente pelo número de participantes nos encontros.
O Cantinho da Beleza com 04 encontros no
mês garantiu o atendimento a 60 mulheres, entre os turnos pela manhã e à tarde,
com serviços diversificados. Os desafios enfrentados nessa atividade são
compartilhados por toda a equipe, estando a atenção da acolhida voltada desde a
abertura do portão.
Com
o propósito principal de elevação da auto-estima das mulheres, o Cantinho da
Beleza busca priorizar o acompanhamento efetivo à todas as mulheres, e isso
envolve atenção nas conversas individuais com cada mulher, mas também na forma
como o coletivo se organiza dentro do espaço.
O Cantinho da Beleza, além de ser um espaço de
acolhida, também é lugar de encontro. É o dia voltado às mulheres, para que as
mesmas tenham um olhar especial e atencioso ao belo em si mesma e que muitas
vezes se encontra escondido pelas dores diárias. Embora seja um espaço pequeno,
as mulheres adoram, tanto que chegaram a batizar como “o nosso cantinho”, demonstrando
a importância desse espaço de cuidado e escuta.
A
aproximação exige dos profissionais envolvidos no atendimento, um repensar
constante sobre sua prática, e a própria experiência direciona as ações que são
pautadas pela lógica do cuidado e de uma assistência além do assistencialismo,
mas de resgate do sentido da vida.
Sem
dúvida, as ações pensadas buscam contribuir no processo de mudança na vida das
mulheres, resignificando as experiências de violações vivenciadas na
prostituição, através de espaços como esses, de acolhida, diálogo e troca.